Resumo

Título do Artigo

DETERMINANTES DA LUCRATIVIDADE BANCÁRIA: Evidências do Sistema Financeiro Brasileiro
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Palavras Chave

Lucratividade bancária
Diversificação das receitas
Capitalização bancária

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Economia de Empresas

Autores

Nome
1 - Carlos André Marinho Vieira
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO (UFERSA) - Mossoró - RN

Reumo

O papel principal do sistema financeiro de um país é facilitar a transferência de recursos entre os agentes superavitários e deficitários de uma economia. Os bancos são instituições que facilitam a intermediação financeira entre estes agentes, financiando o consumo e as atividades produtivas de vários indivíduos, o que aumenta a geração de emprego e renda. Apesar da importância do estudo da lucratividade bancária como determinante para o bom funcionamento do sistema financeiro de um país, as pesquisas concentram-se principalmente em amostras de países desenvolvidos como Estados Unidos e Europa
Os fatores que influenciam a lucratividade bancária podem ser classificados entre aqueles decorrentes da decisão do gestor entre aplicação e captação de recursos e aqueles originários das condições econômicas. O presente trabalho teve por objetivo analisar os fatores determinantes na lucratividade dos bancos brasileiros no período de 1996 a 2015. Analisamos a influência de fatores específicos das instituições (tamanho, nível de endividamento, qualidade dos ativos, diversificação do portfólio de receitas) e fatores macroeconômicos (competição, crescimento econômico, inflação e taxa de juros).
As tentativas do governo brasileiro de regulamentar e aumentar a eficiência do setor bancário foram muitas ao longo dos tempos. Dentre as reformas legais mais relevantes podem ser citadas a lei nº 4.595 de 1964, conhecida como Lei da Reforma Bancária, que criou o Conselho Monetário Nacional (CMN) e o Banco Central do Brasil (BCB), os quais passaram a exercer os papéis de entidades normativa e fiscalizadora, respectivamente, e a Resolução do CMN nº 1.524 de 21/09/1988, que criou a figura dos bancos múltiplos e incentivou a fusão de outros tipos de instituições.
Nossa amostra é composta por todas as instituições financeiras brasileiras classificadas como bancos no sítio eletrônico do BCB (www.bcb.gov.br) analisadas do segundo semestre de 1996 ao primeiro semestre de 2015, organizadas sob a forma de um painel balanceado. Fizemos uso de testes de especificação para a escolha do estimador de painel que se melhor se adequa aos dados da pesquisa (POLS, RE e FE). Para dar mais robustez aos resultados, fizemos uso também de modelos de regressão quantílica na mediana, que são mais robustas a outliers.
Apesar de diversos meios de comunicação mostrarem o setor bancário como muito concentrado, as métricas aqui utilizadas não corroboram essas afirmações. A lucratividade e formas de aplicação e captação de recursos dos bancos brasileiros diferem em muito do observado em outros países (especificamente EUA e Espanha). Observou-se que não foi confirmada a hipótese de que a influência do porte dos bancos na sua lucratividade se daria em forma de U. A eficiência apresenta uma forte ligação com a lucratividade.
A diversificação das atividades mostra-se negativamente relacionada com a lucratividade, tanto medida pelo ROA quanto pelo ROE, o que pode ser um indício que os bancos estejam explorando outros setores sem experiência ou know-how suficientes, amargando prejuízos. As formas de captação e aplicação de recursos apresentam grande relevância no estudo da lucratividade bancária. O crescimento econômico não influi significativamente na lucratividade, porém as outras variáveis macroeconômicas como a competição, inflação e taxa de juros influenciam fortemente o desempenho dos bancos brasileiros.
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