Resumo

Título do Artigo

RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA ESTRATÉGICA E TRANSFERÊNCIA DE CONHECIMENTO COMO GERADORES DE VALOR COMPARTILHADO: O PAPEL DAS EMPRESAS QUE LIDAM COM A BIODIVERSIDADE BRASILEIRA
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Palavras Chave

Estratégia
Stakeholder
Sustentabilidade

Área

Gestão Socioambiental

Tema

Estratégia e Sustentabilidade

Autores

Nome
1 - Mary Fernanda de Sousa de Melo
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - Escola Politécnica
2 - Roberta de Castro Souza Pião
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - Escola Politécnica
3 - Rodrigo Trotta Yaryd
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - Escola Politécnica

Reumo

A RSC deve ser vista de forma estratégica, como fonte para a geração de valor compartilhado, seja ele tangível ou não, para a empresa focal e seus stakeholders. Tal geração de valor se dá por meio das trocas simbióticas feitas entre empresa focal e membros da cadeia onde atua, com destaque aos fornecedores. Quando é tomada a escolha estratégica por investir em questões além das econômicas, há a melhoria do ambiente competitivo, onde as empresas criam um cenário de crescimento autossustentado.
Empresas com atuação de RSC estratégica possuem maior acesso ao conhecimento externo o que gera valor a empresa e auxilia o desenvolvimento da comunidade onde atua. Contudo não é claro como se dão as relações entre a empresa focal e seus stakeholders e quais os impactos advindos delas. Assim, o objetivo é analisar como empresas socialmente responsáveis e com diferentes abordagens estratégicas geram valor compartilhado por meio da transferência de recursos e conhecimento com seus stakeholders.
Destaca-se a responsabilidade da empresa focal na cadeia de suprimentos para com o desempenho ambiental e social de seus fornecedores, bem como sua relação com seus stakeholders (SEURING; MÜLLER, 2008). Entende-se a relação entre a posição na cadeia e a estratégia adotada pela firma (PORTER, 1996). Para Branco e Rodrigues (2006), a VBR é considerada útil na análise de RSC, pois enfatiza a importância de recursos intangíveis, o conhecimento, como fonte de geração de valor.
O estudo utiliza casos polares e possui uma abordagem qualitativa (EISENHARDT, 1989). Analisou-se duas empresas com relevância nacional e internacional, com relação direta com as comunidades locais e atuação em diferentes partes da cadeia de suprimentos (B2B e B2C). Os dados primários foram coletados em entrevista semiestruturada com os responsáveis pelo setor de RSC e/ou sustentabilidade e complementadas por meio de desk research. A análise dos dados se deu pela análise do discurso.
Os stakeholders identificados foram: comunidades locais; governo; empresas de P&D e; clientes empresariais. As empresas transferem recursos e conhecimento para as comunidades locais e aos principais stakeholders. O inverso também ocorre. Os stakeholders e as empresas analisadas fornecem um exemplo de relação simbiótica, onde há desenvolvimento social e geração de vantagem competitiva, atingindo quatro níveis: empresarial, comunidade onde essa empresa atua, clientes empresariais e meio ambiente.
Mesmo figurando em diferentes posições na cadeia, as relações entre empresa focal e seus stakeholders geram valor numa relação ganha-ganha, o que implica que o investimento em RSC traz retornos externos e internos. A contribuição acadêmica se deu pela junção de diferentes abordagens teóricas (Escola do Posicionamento e VBR) para a explanar sobre geração de valor além do econômico como fonte de ganhos multilaterais. Em complemento tem-se a figura síntese e as proposições de base teórico-empírica.
BRANCO, M. C.; RODRIGUES, L. L. Corporate social responsibility and resource-based perspectives. Journal of business Ethics, v. 69, n. 2, p. 111–132, 2006. EISENHARDT, K. M. Building Theories from Case Study Research. Academy of Management Review, v. 14, n. 4, p. 532–550, 1989. PORTER, M. E. O que é estratégia. Harvard Business Review, v. 74, n. 6, p. 61–78, 1996. SEURING, S.; MÜLLER, M. From a literature review to a conceptual framework for sustainable supply chain management. Journal of Cleaner Production, v. 16, n. 15, p. 1699–1710, 2008.