Resumo

A discussão sobre as expressões institucionais tem permeado as pesquisas sobre educação, a análise mais moderna observa que para as IES, mais importante do que a lógica da eficiência é manter a confiança do público, ou seja, obter legitimidade a partir da conformidade com os valores institucionalizados. Para as escolas de negócio que estão sujeitas a pressões semelhantes às de mercado, uma das formas de destacar-se é figurar nos rankings e outra é obter selo de agência acreditadora.

Diversas são as interpretações sobre teoria institucional. Assim, os estudiosos precisaram explorar os seus múltiplos fluxos, ou correm o risco de desconsiderar pressupostos implícitos e terem o resultado de suas pesquisas alterado. Dada a incerteza e ausência de consenso sobre o papel das agências acreditadoras no campo organizacional das BS - Business School, buscamos investigar como a teoria institucional é debatida nas pesquisas sobre agências acreditadoras de escolas de negócios.

A acreditação internacional tornou-se uma solução chave para a legitimidade das BS (Istileulova & Peljhan, 2015). Pesquisa preliminar indicou que mecanismos de acreditação podem ter influência tanto positiva quanto negativa para o campo. Exemplos incluem: especificar os critérios de performance e comparação (Wedlin, 2007), melhoria de programas obsoletos (Gioia & Corley, 2002), busca por alcançar legitimidade ao invés da melhora do seu desempenho (Istileulova & Peljhan, 2015).

Este estudo adotou a revisão sistemática da literatura como método. Por meio de pesquisa na base Web Of Science, considerando os termos acreditações de escolas de negócios, teoria institucional e agências acreditadoras, selecionamos 23 artigos publicados entre 2002 e 2016. A leitura aprofundada permitiu identificar os seguintes aspectos: temática, premissa, base teórica, metodologia, foco empírico, contribuições e sugestões para estudos futuros.

A análise aprofundada de artigos sugere certa dualidade no papel institucional das agências acreditadoras, se por um lado são responsáveis por atribuir um selo de qualidade pela educação promovida, por outro são responsáveis pela institucionalização e legitimação no campo. Constatamos também a preponderância da vertente neoinstitucional sociológica, apesar de alguma menção a teorias de ordem estratégica.

As mudanças nas BS configuraram novas práticas institucionais que estão sendo descuidadas pelos pesquisadores. Esta pesquisa contribui com a atualização da teoria institucional no campo da educação. Buscamos investigar como tal teoria é debatida nas pesquisas sobre agências acreditadoras de BS e constatamos que embora imbuídas pelo desejo de promover uma educação de qualidade, tanto as agências acreditadoras quanto as BS, buscam legitimidade como resposta às pressões de mercado.

Adler e Harzing (2009); Alajoutsijärvi, Juusola e Siltaoja (2015); Bell e Taylor (2005); Caldas, e Fachin (2005); Cooper, Parkes e Blewitt (2014); Cret (2011); Crubellate, Grave e Mendes (2004); DiMaggio e Powell (1983); Durand e McGuire (2005); Elliott (2013); Engwall (2007); Finch et al. (2015); Guillotin e Mangematin (2015); Hall e Taylor (1996); Meyer e Rowan (2006); Petticrew e Roberts (2008); Rasche e Gilbert (2015); Romero (2008); Thomas et al. (2014); Zhao e Ferran, (2016).