Resumo

Ao se tratar do setor sucroenergético brasileiro, aspectos como a internacionalização de solos, mercado consumidor e meios de produção são recorrentemente atrelados a sua composição, estrutura e desempenho. Pouca atenção é atribuída a sua competitividade internacional e a iniciativas que promovam sua imagem e atuação mundo afora. Este estudo, portanto, propõe uma avaliação do potencial da criação de uma marca setorial para este segmento, como um possível meio de impulsionar sua atuação e visibilidade no mercado internacional, alavancando a retomada do desenvolvimento deste segmento.

O problema investigado na presente pesquisa é: “Qual é o potencial da criação de uma marca setorial como meio propulsor das estratégias de internacionalização do setor sucroenergético brasileiro? ”. Dessa forma, o objetivo principal desta pesquisa é: “Investigar a validade da criação de uma marca para o setor sucroenergético brasileiro a fim de embasar suas estratégias de internacionalização”.

Pesquisas realizadas por profissionais e entidades do setor afirmam que há um desconhecimento generalizado a respeito do conceito de marcas setoriais - e demais iniciativas fora da dinâmica do livre mercado - por parte das próprias instituições nele atuantes. Da mesma forma, estudos indicam que este mercado tem sido vítima de um descrédito generalizado por partes de investidores; limitações de cunho econômico e estrutural figuram como "preocupações" prioritárias, atingindo grupos nacionais e estrangeiros, "ofuscando" pautas importantes como sustentabilidade e identidade setorial.

Pode-se dizer que o estudo foi conduzido por meio de quatro etapas. A primeira se refere à revisão bibliográfica, focada nos temas principais da pesquisa (o setor sucroenergético, internacionalização, estratégias e marcas setoriais), seguida de uma pesquisa de campo, conduzida por meio de entrevistas com diversas instituições do setor. Posteriormente, esses dados foram analisados de acordo com os objetivos esperados e, então, comparados aos dados secundários coletados.

Os resultados obtidos pela pesquisa de campo ressaltaram a percepção generalizada a respeito da falta de iniciativas públicas que viabilizem a retomada do crescimento do setor. Além disso, os entrevistados avaliaram de forma realista a atual situação da estrutura produtiva deste segmento, limitando as próprias operações das usinas. Assim, a criação de uma marca setorial é vista como uma ameaça à reputação do país como fornecedor mundial, pois não há condições de suprir novas demandas por produtos.

A resposta para a questão de pesquisa indica que a marca setorial não representa um instrumento válido, uma vez que o setor não está pronto para enfrentar maiores demandas internacionais de seus produtos. Esta iniciativa é considerada como um problema, não uma solução, sobrecarregando suas usinas e desequilibrando suas matrizes produtivas. Estratégias de identidade são de difícil concepção, aplicação e interesse; ainda mais quando o próprio governo não exerce seu papel de forma a fomentar o seu desenvolvimento.

NEVES, Marcos F.; TROMBON, Vinícius G. A Dimensão do Setor Sucronergético: Mapeamento e Quantificação da Safra 2013/2014. Disponível em: . Acesso em: 30 de março de 2015. RODRIGUEZ, Heidy. Proposições de estratégias para a internacionalização dos grupos produtores de etanol do setor sucroenergético do Brasil. Acervo Digital da Biblioteca da Universidade de São Paulo. 192 p., 2011.