Resumo

Título do Artigo

Empreendedorismo acadêmico no Brasil: uma análise da literatura científica segundo os níveis institucional, organizacional e individual
Abrir Arquivo
Ver apresentação do trabalho
Assistir a sessão completa

Palavras Chave

empreendedorismo acadêmico
inovação
revisão de literatura

Área

Gestão da Inovação

Tema

Gestão do Conhecimento, Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia

Autores

Nome
1 - GABRIEL SUNSI
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA (UFV) - Departamento de Administração e Contabilidade - DAD
2 - NAYARA GONÇALVES LAURIANO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA (UFV) - Departamento de Administração e Contabilidade (DAD/UFV)
3 - Odemir Vieira Baeta
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA (UFV) - Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (Diretoria)

Reumo

A partir da perspectiva das instituições de ciência e tecnologia se tornarem responsáveis pela resolução de problemas que estão na sociedade por meio de tecnologias frutos de investigação científica nasce o termo denominado empreendedorismo acadêmico (EA). Entende-se que o empreendedorismo acadêmico no Brasil é ponto chave para alcançar maiores níveis de desenvolvimento econômico e social, além de trazer relevância para os investimentos em ciência e tecnologia, e por isso passou a ser objeto de estudo e de políticas públicas.
Pesquisas anteriores indicam que o empreendedorismo acadêmico se caracteriza por ser constituído por multicamadas, constituídas por aspectos situados em três níveis: institucional, organizacional e individual (SKUTE, 2019). Mediante à crescente atenção dada para o empreendedorismo acadêmico pela comunidade acadêmica internacional, reconhece-se o interesse de pesquisadores brasileiros na temática (SOUSA; FLORÊNCIO, 2023). Todavia, os diferentes níveis que versam o empreendedorismo acadêmico não foram até então explorados nos esforços de compreensão da estrutura da literatura nacional.
O nível institucional do EA concentra-se nas condições contextuais sob as quais o empreendedorismo acadêmico acontece, sendo representadas por políticas governamentais, ambiente regulatório e estrutura de mercado, dentre outros fatores. O nível organizacional está ligado ao estudo dos fatores internos da instituição de ciência e tecnologia como incentivos e estruturas que estimulem o fenômeno. Por fim, o nível individual está relacionado ao estudo do envolvimento do acadêmico, docente ou discente, com a dinâmica empreendedora (SKUTE, 2019; ZOU et al., 2019).
Dos 33 artigos selecionados, 7 estiveram associados ao nível institucional, 21 ao nível organizacional e 5 ao nível individual. No nível institucional foi predominante a atenção dada a iniciativas governamentais e seus desdobramentos, bem como a análise da interação entre universidade-empresa-governo. No nível organizacional estudos debruçaram nas competências e ações realizadas em direção ao EA. Finalmente, no nível individual o enfoque principal dos artigos revisados foram os atributos do acadêmico que podem ser considerados preditores para o envolvimento nesse tipo de dinâmica.
O artigo conclui que há grande predominância de estudos no nível organizacional da análise do empreendedorismo acadêmico em sua grande maioria por meio de abordagens qualitativas. Portanto é essencial que a literatura explore os níveis institucionais e individuais da análise do empreendedorismo acadêmico e contribua para maior diversificação metodológica no campo de pesquisa no Brasil. Além disso, é importante que revisões como essa sejam feitas usando como base outros bancos de dados de forma a incluir outras produções no corpus de análise.
SKUTE, I. Opening the black box of academic entrepreneurship: a bibliometric analysis. Scientometrics, v. 120, n. 1, p. 237-265, 2019. SOUSA, R. M. de; FLORÊNCIO, M. N. da S. Empreendedorismo acadêmico à brasileira: Revisão sistemática e insights de pesquisa no período de 2017 a 2021. Revista Gestão em Análise, [S.l.], v. 12, n. 1, p. 103-120, fev. 2023. ZOU, Bo et al. Antecedents and outcome of entrepreneurial identification: The moderating effect of role orientation. Science and Public Policy, v. 46, n. 4, p. 541-551, 2019.