Resumo

Este artigo tem como proposição analisar a economia criativa, verificando como ela ele tem se mostrado uma força impulsionadora para o desenvolvimento econômico e social em muitas cidades ao redor do mundo. Esse conceito abrange setores criativos, como design, artes, mídia, tecnologia da informação, moda, música, entretenimento e turismo cultural, que valorizam a criatividade, a inovação e a expressão cultural. As cidades têm sido reconhecidas como espaços propícios para a reinvenção e a reflexão econômica, principalmente devido à sua capacidade de atrair talentos criativos.

Por este caminho, surgiu o problema desta pesquisa que assim se configura: como a economia criativa nas cidades é potencial para a reinvenção de fatores, setores e ambientes economicamente sustentáveis? Nesta direção o objetivo geral é analisar como a economia tem tornado as cidades criativas com a geração de produtos que potencializam economicamente os territórios atuais.

Além disso, as cidades têm buscado fortalecer as conexões entre os setores criativos e outros setores econômicos, como o turismo, o comércio e a indústria. A economia criativa também desempenha um papel importante na revitalização de áreas urbanas degradadas. Na argumentação, utilizou-se Magnavita (2015); Ferreira (2017); Bandeira (2015); Aguiar e Lima (2019); Silva (2018); Howkins (2001); Florida (2005), dentre outros.

A metodologia desta pesquisa está ancorada na pesquisa teórico-empírica, com uma revisão de literatura existente sobre economia criativa e seu papel nas cidades. Assim, na análise de resultados, apresentou-se o estudo de caso de duas experiências que se constituem como exitosas: uma nacional e outra internacional. O estudo é caracterizado pela abordagem qualitativa, discutindo os achados de pesquisa à luz do quadro teórico-conceitual estabelecido relativo as categorias investigativas

A criatividade dos agentes que coabitam um determinado contexto espacial pode ser determinante para o desenvolvimento dos territórios e para o desenvolvimento urbano. Assim, foi feita a análise de uma experiência brasileira Porto Digital, em Recife (Porto Digital é considerado um dos principais parques tecnológicos e ambientes de inovação do Brasil, além de ser parte essencial da nova economia digital pernambucana) e uma internacional Brno Criativa, República Tcheca.

Antigos bairros industriais ou espaços abandonados são transformados em locais de criatividade, abrigando estúdios, galerias, teatros, cafés e lojas de artesanato. Essas transformações impulsionam a regeneração urbana, atraindo investimentos, melhorando a infraestrutura e criando um ambiente cultural vibrante. Além dos benefícios econômicos, a economia criativa também contribui para a construção de uma identidade cultural forte e para o enriquecimento da vida social das cidades e, por fim, compreendeu-se que ela promove a diversidade cultural e o diálogo intercultural.

AGUIAR, R.B.; LIMA, L.L. Políticas Públicas de Economia Criativa: proposta de framework analítico a partir de uma perspectiva de desenvolvimento. Revista Eletrônica Geographia meridionalis – UFSC. Pelotas, RS. Vol. 5, n. 2, mai. 2020, p. 117-133, 2019. FLORIDA, R. Cities and the Creative Class. Nova York: Routledge, 2005. HOWKINS, J. Creative Economy: How People Make Money from Ideas. London: Allen Lane, 2002. MAGNAVITA, P.R. Resistência criativa à Economia Criativa: processos midiáticos e a construção da subjetividade – novo paradigma ético. In: BANDEIRA, M.G.; COSTA, L.F. (Orgs.)