Resumo

Título do Artigo

A CENTRALIDADE DAS ORGANIZAÇÕES DE MANUTENÇÃO AERONÁUTICA EM SUA REDE E A RELAÇÃO COM A CULTURA DE SEGURANÇA
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Palavras Chave

“Cultura de Segurança”
“Redes Organizacionais”
“Social Network Analysis”

Área

Operações

Tema

Gestão de Operações Sustentáveis

Autores

Nome
1 - Fernando Grobman
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - SÃO PAULO
2 - Marcio Cardoso Machado
UNIVERSIDADE PAULISTA (UNIP) - Indianópolis

Reumo

O trabalho foca a difusão da Cultura de Segurança adequada e implementação de sistemas de monitoramento e controle nas Organizações de Manutenção Aeronáutica (OMAs), de vez que se trata de um segmento muito sensível à questão da segurança. Há necessidade de desenvolvimento de estudos que aprofundem o entendimento teórico e prático do tema, na medida que existe uma lacuna teórica decorrente de literatura fragmentada, terminologia confusa e profusão de escalas e fatores para análise, bem como, prática na medida da defasagem na implementação de processos relevantes para a segurança efetiva.
O problema de pesquisa é investigar a relação entre posição ou relacionamentos das OMAs em uma rede dessas organizações e o envolvimento delas com a Cultura de Segurança. O estudo tem o propósito de enriquecer a compreensão dos fatores contributivos para a adoção e amadurecimento adequado dessa cultura. O estágio de adoção e amadurecimento da cultura na indústria do transporte aeronáutico pode ser aferido pela implementação de sistemas de monitoramento denominados Safety Management Systems (SMS). A lente teórica do entendimento de posicionamento e relações é a Análise de Redes Sociais (SNA).
Define inicialmente o construto dependente Cultura de Segurança, uma coleção de valores, atitudes, crenças, percepções e práticas relacionados à diminuição das condições de risco para segurança em uma organização ou comunidade. Em seguida introduz a lente teórica SNA, da qual se originam as medidas de centralidade em uma rede que compõem o construto independente. Concluindo é estabelecida teoricamente a relação de dependência do primeiro construto, materializado na adoção dos SMSs, com o construto independente, aferido pelas centralidades das OMAs na rede, resultando na hipótese de estudo.
O estudo adota uma abordagem quantitativa para aferir a relação entre os construtos. Há dois movimentos de levantamento de dados, um de fonte secundária para a construção da rede de OMAs e obtenção das respectivas medidas de centralidade, e outro de fonte primária aplicando uma pesquisa de percepção (Survey) junto a responsáveis nas OMAs. São consultadas 155 OMAs, obtendo-se 24 respostas positivas. Os resultados compilados da Survey são relacionados com as centralidades das OMAs mediante o teste H (Kruskal-Wallis).
O resultado do estudo não evidencia uma significativa relação de causalidade da Cultura de Segurança com as centralidades das OMAs. Esse resultado vai em oposição aos aspectos teóricos da Análise de Redes Sociais (SNA), no tocante a atores com maiores centralidades implicarem positivamente na adoção e amadurecimento de comportamentos por conta de sua posição estrutural na rede. Houve um achado teórico inesperado, sugerindo que nas condições da pesquisa, a cultura vigente no segmento prevaleceu sobre a posição estrutural dos agentes na rede, designada pelas respectivas centralidades.
O resultado do estudo enseja diversos caminhos para continuidade de investigação para o tema. Uma nova visita ao assunto em momento mais oportuno poderá evidenciar uma relação causal que ensejaria novas oportunidades para os planos de adoção e amadurecimento das práticas adequadas em segurança. Estudos complementares poderiam identificar mecanismos alternativos para elicitar a adoção e potencialização das práticas mais adequadas em segurança. E pesquisas análogas em outros países, no mesmo estágio da adoção e implementação dos SMSs poderiam oferecer um importante instrumento comparativo.
BORGATTI, S.P; LI, X. On Social Network Analysis in a Supply Chain Context. Journal of Supply Chain Management, v.45, n.2, p.1-17, 2009. NÆVESTAD, T. O. et al. How can we improve safety culture in transport organizations? A review of interventions, effects and influencing factors. Transportation Research Part F: Traffic Psychology and Behaviour, v.54, p.28–46, 2018. PROVAN, K.G. et al. Interorganizational Networks at the Network Level: A Review of the Empirical Literature on Whole Networks. Journal of Management, v.33, n.3, p.479-516, 2007.