Resumo

Este estudo realiza um mapeamento a partir da perspectiva de ecossistemas de negócio, segundo a qual as empresas são parte de uma rede de atores frouxamente interconectados (uma comunidade), incluindo empresas e outras entidades, coenvolvendo suas capacidades em torno de inovação, compartilhando conhecimento, tecnologias, habilidades e recursos, cooperando e competindo. Em específico, o objeto deste estudo refere-se ao ecossistema produtivo da bovinocultura leiteira no Norte de Minas Gerais, setor relevante para a economia regional.

Este estudo propôs-se a responder o seguinte problema de pesquisa: Como se caracterizam as dinâmicas de influência e interação existentes entre os atores do ecossistema produtivo da pecuária leiteira na região Norte de Minas Gerais? Como objetivo geral, pretendeu-se mapear e analisar a estrutura da pecuária leiteira na região Norte de Minas Gerais, identificando-se quem são os atores que fazem parte do ecossistema, suas redes de interação e influência, a dinâmica de centralidade dos atores do contexto analisado e o nível de maturidade desse ecossistema.

A busca constante por mais eficiência e competitividade por parte das empresas tem levado ao estabelecimento de diversas estratégias, dentre elas, destaca-se a organização industrial na forma de redes sistêmicas de empresas, apresentadas na literatura como sistemas de inovação, redes produtivas, arranjos produtivos locais, clusters, dentre outras denominações (AQUINO; BRESCIANI, 2005; VIAL et al., 2009). Esses arranjos são caracterizados pela proximidade territorial de agentes econômicos, políticos e sociais, além de redes interorganizacionais entre eles (OLIVEIRA; CALEGARIO, 2010).

Quanto aos objetivos, a presente pesquisa se caracteriza como exploratória e descritiva e, concernente à abordagem do problema, trata-se de um estudo multimétodo (quali-quantitativo). A parte quantitativa se deu pela análise sociométrica das redes de atores que compõem o ecossistema produtivo da pecuária leiteira no Norte de Minas Gerais. Já a parte qualitativa se deu pela análise das entrevistas realizadas com os agentes de maior destaque nas redes sociométricas.

No geral, os níveis de densidade das redes foram baixos, tendo se destacado as redes de insumos para saúde e nutrição animal e de informações sobre o mercado. As redes de maquinário de ordenha e sanitização, comercialização, logística e crédito apresentaram estruturas oligopolizadas, o que desfavorece os produtores rurais pelo consequente reduzido poder de barganha. Ademais, embora tenha sido identificado um bom relacionamento entre os agentes das redes, a interação entre os atores precisa ser mais estreita e envolver outras arenas de conhecimento para além de indicações comerciais a fim de se

No geral, os níveis de densidade das redes foram baixos, tendo se destacado as redes de insumos para saúde e nutrição animal e de informações sobre o mercado. As redes de maquinário de ordenha e sanitização, comercialização, logística e crédito apresentaram estruturas oligopolizadas, o que desfavorece os produtores rurais pelo consequente reduzido poder de barganha. Ademais, embora tenha sido identificado um bom relacionamento entre os agentes, a interação entre os atores precisa ser mais estreita e envolver outras arenas de conhecimento para além de indicações comerciais.

AQUINO, A. L. D.; BRESCIANI, L. P. Arranjos produtivos locais: Uma abordagem conceitual. Organizações em contexto, v. 2, p. 153-167, 2005. CORRÊA, D. A.; GASTALDON, O. Análise da Competitividade de Arranjos Produtivos Locais por Meio do Modelo Diamante: uma revisão teórica. Revista de Ciência & Tecnologia, v. 16, n. 32, p. 85-100, 2011. ERBER, F. S. Eficiência coletiva em arranjos produtivos locais industriais: Comentando Conceitos. Nova Economia, v. 18, n. 1, p. 11-32, 2008.