1 - Marcos Igor da Costa Santos UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB) - Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis
2 - Gilmar Alves da Silva Honório UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS (UFAL) - Universidade Federal de Alagoas, Campus Sertão, Unidade Santana do Ipanema.
3 - Grasiele Lima de Oliveira UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS (UFAL) - CAMPUS SERTÃO - SANTANA DO IPANEMA
Reumo
Diante dos impactos causados pelo ser humano ao meio ambiente, surge na sociedade um anseio por práticas mais sustentáveis com o intuito de garantir às gerações futuras recursos naturais e assegurar um desenvolvimento sustentável para humanidade sem causar a degradação de forma desproporcional e irreversível aos bens do planeta. Sendo assim, nota-se o crescimento gradativo de políticas educativas para conscientizar a população, assim como as empresas buscam se adequar a essa responsabilidade socioambiental tanto pelas obrigações legais quanto pela exigência da sociedade.
Lima (2016) afirma que é crescente o número de empresas que investem em programas ambientais, porque estão descobrindo que poluir significa desperdiçar, não ter eficiência e perder competitividade. Assim, as empresas estão incorporando às metas de produção e vendas procedimentos que minimizem impactos sobre a natureza. Dessa forma, é notório que as empresas estão mais preocupadas com a preservação do meio ambiente e assim buscam eliminar os danos causados por suas ações (MUSSOI; BELLEN, 2010).
Em face do exposto, as organizações buscam meios para evidenciar os impactos ambientais. Dentro desse contexto, a contabilidade ambiental surge como uma ferramenta com o objetivo de auxiliar e divulgar as ações da gestão ambiental, com a finalidade de prevenir e corrigir danos, bem como salvaguardar os patrimônios empresarial e nacional (BASANI; LEAL, 2013). Os autores citam ainda que a referida ferramenta ajuda a estimar de maneira quantitativa os esforços de conservação ambiental para os usuários internos e externos da instituição.
Diante do que foi explanado sobre a contabilidade ambiental e divulgação das informações ambientais, o presente estudo busca responder a seguinte questão: considerando as empresas do setor de energia elétrica que compõem o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da Brasil, Bolsa, Balcão (B3) nos anos de 2020 e 2021, qual o nível de evidenciação das informações ambientais divulgadas em seus relatórios financeiros e não financeiros? Este estudo tem o objetivo de verificar o nível de evidenciação das informações ambientais das empresas do setor de energia elétrica que compõem o ISE da B3
O resultado revelou que o Relatório da Administração foi a ferramenta de divulgação mais empregada para evidenciação das informações ambientais. Por outro lado, as Demonstrações Financeiras Padronizadas Anuais possuíram baixa relevância na evidenciação de informações ambientais. Constatou-se, ainda, que a empresa COPEL evidenciou mais informações sobre aspectos ambientais com 372 sentenças, enquanto a CTEEP apresentou o menor nível de evidenciação com apenas 92 sentenças. Com relação às categorias propostas, percebeu-se que a categoria “Política Ambiental” obteve maior nível de evidenciação.
Selecionou-se as empresas que integram o ISE, pois o índice engloba empresas comprometidas com a sustentabilidade empresarial, além de incentivá-las a adotarem as melhores práticas de sustentabilidade. Escolheu-se as empresas do setor elétrico pelo fato de ser o setor com maior participação na carteira do ISE e desenvolver atividades que possuem um alto potencial para poluição e utilização de recursos ambientais. Temas como sustentabilidade e contabilidade ambiental estão presentes nas discussões globais, sendo que ambos têm o propósito de zelar pelo meio ambiente.