Resumo

Título do Artigo

PRAZER, SOU PROTEÇÃO: análise de fatores de influência do uso de preservativo masculino para prevenção do HIV à luz do marketing socia
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Palavras Chave

Marketing Social
HIV/AIDS
Modelo de Crenças em Saúde

Área

Marketing

Tema

Marketing e Sociedade

Autores

Nome
1 - Werlleson Willer Moura Silva
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB) - Campus I
2 - Diana Lucia Teixeira de Carvalho
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB) - CCSA/DA
3 - Flavio Perazzo Barbosa Mota
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB) - Departamento de Gestão Pública

Reumo

Desde o primeiro diagnóstico no Brasil, a luta contra o HIV avançou de forma significativa (MARTINS; PREUSS, 2017), por meio das políticas públicas, campanhas de marketing de conscientização e, principalmente, pela expansão dos métodos de prevenção. O uso de preservativo durante as relações sexuais é um comportamento voluntário, mas as consequências podem ser coletivas, visto a possibilidade de contração de DSTs, consideradas um problema de saúde pública. Nesse contexto, é possível vislumbrar a necessidade da aplicação do conceito e ferramentas de marketing social.
Compreender os fatores que influenciam a mudança de comportamento individual pode contribuir no suporte às ações de marketing social em uma perspectiva sistêmica. O presente trabalho adotou a problemática social em torno do HIV como ponto de partida para a discussão a respeito do uso de marketing social como forma de mitigar o vírus via métodos de prevenção e, em específico, do uso de preservativo masculino. Para isto, foi adotado o Modelo de Crenças em Saúde como proposta de identificação e entendimento dos fatores que influenciam o comportamento de uso do preservativo masculino.
Criado na década de 50, o MCS foi desenvolvido na tentativa de explicar o motivo de as pessoas não adotarem comportamentos preventivos para doenças que já tinham testes e vacinas. Amplamente utilizado em pesquisas com temas que apresentam altos índices de ocorrência, os estudos que utilizam o MCS explicam apenas em parte o comportamento de saúde, o que sugere a inclusão de outras variáveis ao modelo (DELA COLETA, 1999). Dessa maneira, a fim de obter melhores resultados, foram adicionados ao modelo os seguintes construtos: “Motivação a Saúde”, “Crenças Comportamentais” e “Intenção”.
Trata-se de uma pesquisa empírica e de abordagem quantitativa, cujo questionário foi composto por construtos adaptados do Modelo de Crenças em Saúde (ROSENTOCK, 1974) e dos estudos de Aldohaian et al. (2019), Donaldiki et al. (2014), Champion (1984) e Montano et al. (2001). Nossa amostra foi não-probabilística e definida por acessibilidade, composta por homens acima de 18 anos. A coleta de dados ocorreu em maio de 2023 por meio do Google Forms, onde utilizou-se escalas de 7 pontos, do tipo Likert, contabilizando 136 casos válidos, e foram analisados por estatística descritiva e multivariada.
Vale destacar que apesar de reconhecerem os benefícios do uso do preservativo, os homens que compõem essa amostra não se sentem suscetíveis ao vírus. Entretanto, tal segurança aparentemente afeta negativamente a adesão aos testes periódicos de HIV, outro método de prevenção bastante difundido nas ações e campanhas de enfrentamento ao vírus, uma vez que 37,5% dos entrevistados afirmaram nunca ter realizado e 30% indicou ter realizado uma única vez na vida. Este índice é preocupante, pois a amostra do presente estudo é composta, na maior parte, por homens entre 18 e 34 anos (80,9%).
Ficou sinalizado que que as campanhas de Marketing Social devem focar seus esforços em estratégias que evidenciem os benefícios, minimize as barreiras e consiga transformar a intenção em comportamente real preventivo. O medo, apesar de ser um antecedente, ao ser usado como apelo, pode gerar pânico ou aumentar o tabu e preconceito em relação vírus do HIV e à AIDS. Outrossim, as barreiras se configuraram como algo que pode levar os homens a não concretizarem o comportamento de uso desse método de prevenção, mesmo sendo esse um antecedente na análise multivariada.
DELA COLETA, M. F. O modelo de crenças em saúde (HBM): uma análise de sua contribuição à psicologia da saúde. Temas em Psicologia., Ribeirão Preto , v. 7, n. 2, p. 175-182, 1999. MARTINS, D. A. B; PREUSS, L. T. Os avanços e desafios de políticas públicas na área da saúde para a comunidade LGBT. II Congresso internacional de política social e serviço social: desafios contemporâneos. Londrina PR, de 04 a 07 de Julho de 2017. ROSENTOCK, I. M. The Health Belief Model and Preventive Health Behavior. Health Education Monographs, v.2, n.4,1974.