Resumo

Título do Artigo

EM UM REINO DE POUCAS RAINHAS E MEIAS-IRMÃS? AS MULHERES NA GESTÃO E OS DESAFIOS DA LIDERANÇA FEMININA NA ADVOCACIA PÚBLICA FEDERAL
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Palavras Chave

Liderança feminina
Sororidade
Equidade de gênero

Área

Administração Pública

Tema

Gestão Organizacional: Governança, Planejamento, Recursos Humanos e Capacidades

Autores

Nome
1 - JOANA ALCANTARA CASTELO
Fundacao Getulio Vargas/EBAPE - Rio de Janeiro
2 - Juliana Mansur
ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS (EBAPE) - EBAPE

Reumo

As desigualdades relacionadas a gênero e a liderança feminina são observadas nas sociedades espalhadas pelo mundo e objeto de estudo da ONU, OIT, bem como do Governo Federal. Adiciona a esses relatos os autores Eagly e Carli (2007), por meio da Teoria do Labirinto, Whitty-Collins (2022), por meio da trajetória de liderança, Schultheiss (2021), que trata das questões identitárias de liderança feminina e Derks et al., 2016 que trata do fenômeno da Síndrome da Abelha-Rainha.
Apoiado pelas instituições e relatos de autores que estudam liderança feminina, emerge as seguintes questões: como as mulheres percebem a sua trajetória na liderança?, de que forma as estruturas e práticas do ambiente institucional na Administração Pública estão relacionadas com a trajetória de mulheres na liderança? como as mulheres se comportam, pensam e sentem a sua liderança na relação com o ambiente institucional e com outras mulheres? Para responder esses questionamentos analisaremos os obstáculos que devem ser transpostos para ascensão feminina aos altos cargos de gestão da AGU.
Os conceitos centrais deste estudo são: a Teoria do Labirinto, apresentado por Eagly e Carli (2007), a Trajetória de Carreira das mulheres na liderança, estudado por Whitty-Collins (2022), as questões identitárias de liderança feminina, explorado por Schultheiss (2021) e o fenômeno da Síndrome da Abelha-Rainha, apoiado por Derks et al. (2016), dentre outros.
A pesquisa trouxe uma abordagem qualitativa a partir da realização de entrevistas semiestruturadas aplicadas a servidoras da advocacia pública federal, através da técnica de snowballing, utilizando-se do método de análise de conteúdo para elaboração de categorias e subcategorias com as respostas das entrevistadas, seguindo as recomendações de Bockorni & Gomes (2021).
As entrevistadas têm uma rotina bastante atribulada e que conciliar a vida privada com a vida laboral em altos cargos de gestão requer muito esforço e dedicação, evidenciado também que existe uma cultura organizacional que valoriza mais características de gestão consideradas “masculinas”. Também foram constatados comportamentos negativos entre algumas delas e o meio de concorrência feminino dentro da organização. As entrevistadas reconhecem esse meio de disputa, mas adotam práticas de empoderamento e sororidade para combater tais comportamentos.
As entrevistadas enfrentaram desafios em suas trajetórias de liderança, por ser exigido a aproximação de características masculinas acabando por reforçar questões de estereótipos de gênero pouco combatidas pelas instituições, corroborando com comportamentos negativos entre elas, conforme Derks et al. (2016). De forma geral, como resposta elas pregam uma cultura de empoderamento feminino no ambiente laboral. O fomento da liderança feminina através de uma rede de apoio, pode ser um mecanismo difusor e encorajador para que mais mulheres possam ocupar altos cargos de gestão.
Bockorni, B. R. S. & Gomes, A. F. (2021). A amostragem em snowball (bola de neve) em uma pesquisa qualitativa no campo da administração. Revista de Ciências Empresariais da UNIPAR. 22(1), 105-117. BDerks, B., Van Laar, C. & Ellemers N . (2016). The queen bee phenomenon: Why women leaders distance themselves from junior women,The Leadership Quarterly. Elsevier. 27(3), 456-469. Eagly, A. & Carli, L. (2007). Women and the labyrinth of leadership. Harvard business review. 62-71. https://hbr.org/2007/09/women-and-the-labyrinth-of-leadership