Resumo

Título do Artigo

EMPREENDEDORISMO CULTURAL E ARTESANATO: o caso dos mercados centrais de Aracaju
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Palavras Chave

Empreendedorismo Cultural
Artesanato
Mercados Centrais

Área

Empreendedorismo

Tema

Redes de Empreendedores, Desenvolvimento Regional e Microempreendedorismo

Autores

Nome
1 - Luiz Felipe Batista Morato
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE (UFS) - Departamento de Administração
2 - Gracyanne Freire de Araujo
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE (UFS) - Departamento de Administração (DAD)
3 - Rosinadja Batista dos Santos Morato
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE (UFS) - Departamento de Administração
4 - TAÍS ALEXANDRE ANTUNES PAES
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE (UFS) - Departamento de Turismo

Reumo

O empreendedorismo cultural, uma confluência entre empreendedorismo e cultura, vem se consolidando como campo de estudos dentro da área do empreendedorismo na última década. No âmbito empírico desta pesquisa, foi associado esse conceito à produção de artesanato como prática ligada à cultura, que constitui um caráter simbólico para todos os agentes do processo, sejam aqueles que consomem o produto artesanal ou os próprios artesãos que o produzem (empreendedor), no âmbito do espaço comercial dos Mercados municipais de Aracaju e nas oficinas de produção de Santana do São Francisco/SE.
Como problema de pesquisa, indaga-se: qual a origem, vivência e experiência empreendedora dos artesãos cujas obras são expostas nos mercados municipais de Aracaju? Tendo por objetivo investigar as práticas empreendedoras dos artesãos naqueles locais. Adicionalmente, entender a dinâmica do comércio do artesanato e sua produção no município de Santana do São Francisco, associado ao conceito de empreendedorismo cultural.
O foco na cultura constitui a característica central do empreendedorismo cultural, pois é a cultura o alicerce sobre o qual se desenvolvem as práticas empreendedoras de uma determinada sociedade. O direcionamento que se dá à prática empreendedora a partir da cultura é ela se transpõe das microrrelações, firmadas na esfera individual, para as macrorrelações, de âmbito coletivo. Essa transposição simbólica reforça a coletividade por meio da prática empreendedora, fortalecendo-se os laços identitários de um grupo para com uma atividade produtiva, nascida no seio cultural.
A metodologia seguiu uma abordagem qualitativa e exploratória com a realização de entrevistas semiestruturadas com comerciantes de artesanato dos mercados e artesãos fornecedores, além do registro de fotos e da observação direta. A análise do material fruto das entrevistas foi realizada por meio da análise de narrativa. Como contribuição, uma compreensão integrada da relação entre o empreendedorismo cultural e artesanato foi elaborada e discutida, além de apresentar um panorama das atividades comerciais dos entrevistados e seus desafios.
Os achados apontam que os comerciantes de artesanato dos mercados municipais de Aracaju não são empreendedores culturais, pois a criatividade e inovação, pontos cruciais para a definição deste conceito não estão presentes. Os entrevistados deixam claro que a relação com o produto é apenas comercial e não há incentivos ou iniciativas em andamento para mudança de cenário. Por sua vez, apesar de boa parte da produção ser feita como reprodução em larga escala, não é possível negar a existência de um aspecto criativo e cultural na produção de artesanato no município de Santana de São Francisco/SE.
A venda de artesanato nos mercados investigados se dá por comerciantes que participam da cadeia de disseminação da cultura do artesanato, mas sem adentrar no processo produtivo e na manutenção dos laços culturais que permeiam a criação e produção de uma peça artesanal. Quanto à sistematização de ações empreendedoras que estimulam a criatividade dos artesãos, a realidade encontrada foi de carência de ações efetivas que estabeleçam o reconhecimento desses produtores enquanto empreendedores e guardiães de uma cultura secular associada ao viver do ribeirinho e sua busca pela subsistência.
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