Resumo

A agricultura familiar é importante para o abastecimento das demandas alimentares do Brasil e de outras nações, colaborando para segurança alimentar das populações. Os mercados agroalimentares apresentam lacunas estruturais que impedem as pequenas propriedades de se conectarem com os consumidores locais, o que provoca a redistribuição desigual do valor econômico e impede que as pequenas propriedades tenham acesso ao mercado de alimentos.

O âmbito da pesquisa foi composto de onze agricultores familiares que conduzem lotes do Assentamento Loiva Lurdes, localizado nos municípios de Agudos e Borebi. O assentamento possui uma extensão total de 1.150,9574 hectares (ha) e foi estabelecido no ano de 2009 com a finalidade de abrigar 50 famílias assentadas. Dentre essas famílias, 41 estão localizadas no município de Borebi, enquanto as demais nove estão situadas no município de Agudos (Sdm et al., 2014). No que diz respeito às atividades agrícolas, as famílias predominantemente se dedicam ao cultivo de hortaliças.

Apesar da existência do assentamento Loiva Lurdes por um período de 13 anos e das vantajosas condições de infraestrutura viária na região, o seu progresso tem sido limitado por desafios e obstáculos significativos. Nesse contexto particular, o assentamento em questão se configura como um caso singular e relevante, que merece uma análise aprofundada.

Esse estudo tem o objetivo geral de identificar as barreiras para o desenvolvimento da sustentável da agricultura familiar, respondendo a seguinte questão: Quais as barreiras para o desenvolvimento sustentável da agricultura familiar? O estudo tem como propósito a identificação de quais as barreiras para o desenvolvimento sustentável da agricultura familiar, além de buscar identificar as barreiras dentro do sistema, e realizar uma análise ambiental das possíveis barreiras que podem elucidar questões estratégicas para as propriedades.

Observa-se que na classificação alta estão em primeiro lugar a barreira água/energia, seguido por cadeias, educação, monoculturas, políticas públicas, comportamento humano, crédito, e aspectos socioeconômicos. Na classificação de grau médio de interferência os participantes classificaram recursos de produção e incorporação de novas tecnologias. Na classificação de grau pequena os participantes não colocaram nenhuma barreira. Na classificação não se aplica, os participantes colocaram a propriedade, desta forma essa barreira não foi considerada pertencente ao seu contexto.

Conclui-se que os agricultores que participaram do estudo consideram que quase todas as barreiras apresentadas fazem parte do seu contexto, com exceção de uma. Observou-se que as barreiras identificadas na revisão da literatura são aspectos importantes para o planejamento estratégico da propriedade rural. Os resultados da pesquisa identificaram quais as barreiras que mais impactam o desenvolvimento sustentável de suas propriedades rurais, sendo elas Água/Energia, seguida por Cadeias de Abastecimento.