Resumo

O sucesso do empreendedorismo em países como Israel é frequentemente atribuído a traços culturais locais. Até que ponto a cultura influencia nesse processo?

O sucesso do empreendedorismo em países como Israel é frequentemente atribuído a traços culturais locais. O principal objetivo deste trabalho é questionar essa percepção, ou seja, avaliar a influência que as instituições informais (como por exemplo as normas culturais e sociais) possuem sobre o empreendedorismo.

Para tal, o se baseia nas instituições (formais e informais) e nas características do empreendedor.

Metodologicamente, são estimados modelos de regressão logística com base em 319.676 observações de 61 países entre 2015 e 2018, obtidos no Global Entrepreneurship Monitor (GEM) e World Bank.

Os resultados indicam que todos os fatores supracitados influenciam na probabilidade de empreender, conforme previsto conceitualmente, mas sugerem que a cultura importa muito menos do que previamente admitido.

O fato de a cultura influenciar muito menos a chance de empreender do que os traços individuais do empreendedor e do que a facilidade institucional em empreender é uma excelente notícia para os países que não possuem uma cultura orientada ao empreendedorismo e sugere que o estímulo a esta atividade depende muito mais de regulamentações favoráveis e, sobretudo, dos traços individuais.

Boudreaux, C. J., Nikolaev, B. N., & Klein, P. (2019). Socio-cognitive traits and entrepreneurship: The moderating role of economic institutions. Journal of Business Venturing, 34(1), 178-196. North, D. C. (1991). Institutions. Journal of economic perspectives, 5(1), 97-112. Robinson, J. A., & Acemoglu, D. (2012). Why nations fail: The origins of power, prosperity and poverty. London: Profile. Williamson, O. E. (2000). The new institutional economics: taking stock, looking ahead. Journal of economic literature, 38(3), 595-613.