Resumo

Título do Artigo

QUEM SOU EU? UMA QUESTÃO PARA O BEM-ESTAR DA EMPREENDEDORA
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Palavras Chave

empreendedorismo feminino
bem-estar
identidade empreendedora

Área

Empreendedorismo

Tema

A figura do Empreendedor: Perfil, Personalidade, Comportamento e Competências

Autores

Nome
1 - Márcia Maria Garçon
Faculdade Sebrae - Faculdade de Administração

Reumo

A literatura aponta um ambiente tenso e repleto de dificuldades em função do estereótipo do gênero no empreendedorismo feminino. Há relatos sobre conflito entre negócio e família e dificuldades de acesso a recursos. O empreendedorismo, embora seja um caminho para a solução de barreiras institucionais de carreira, é realizado em ambiente de substancial incerteza, complexidade e ambiguidade oriundos da condição de gênero. Esse artigo investiga quanto o estereótipo afeta a saúde mental de mulheres empreendedoras e a importância da identidade empreendedora autêntica como construtora de bem-estar.
Poderia, então, esse cenário de tensão, conflito e adversidades afetar a saúde mental das mulheres empreendedoras? A autoimagem da mulher empreendedora, libertada dos papeis sociais limitantes e opressores, poderia ser um meio de favorecer um alto bem-estar? O objetivo dessa pesquisa é, assim, responder a essas questões pela lente do bem-estar.
Observa o empreendedorismo de uma perspectiva do feminismo social, que explica a discriminação de gênero e a criação de estressores de preconceito (De Vita, 2014). Adota interfaces com a psicologia, para entender o bem-estar empreendedor (Diener, 1984), e com as teorias sociais sobre a conformação da identidade (Giddens, 2002), por meio da teoria dos papeis sociais (Eagly, 1987), da teoria das representações sociais (Jodelet, 1989), além da teoria da identidade social (Tajfel, Turner, Austin & Worchel, 1979), fazendo conexões com a identidade da mulher empreendedora.
As discussões se voltam à sugestão de três proposições: P1: Os estressores produzidos no preconceito de gênero influenciam negativamente o bem-estar hedônico das mulheres empreendedoras. P2: Por estar associada à certa estabilidade afetiva e autorrealização, a autoidentidade autêntica ajuda a construir ambos, bem-estar eudaimônico e hedônico positivos e mais consistentes e duradouros. P3: A identidade autêntica de empreendedoras pode ser fortalecida coletivamente, ressignificando o papel das mulheres na sociedade e esvaziando o preconceito por gênero no empreendedorismo.
O bem-estar das mulheres empreendedoras está sob influência dos estressores oriundos do estereótipo do gênero e da autenticidade de identidade. Reconhecer que as identidades femininas no empreendedorismo são formuladas por categorias sociais, simbólicas e ideológicas permitem compreendê-la como um estressor que afeta o bem-estar hedônico e eudaimônico. Por isso, a autoidentidade reflexiva é uma possibilidade de enfrentamento desse ambiente preconceituoso, por meio de uma fortaleza afetiva construída com base na autenticidade, podendo favorecer um alto bem-estar, mais consistente e permanente.
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