Resumo

Título do Artigo

A relação entre traços de personalidade e tolerância ao risco financeiro
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Palavras Chave

Traços de Personalidade
Tolerância ao Risco Financeiro
Big Five

Área

Finanças

Tema

Finanças Comportamentais

Autores

Nome
1 - Rodolfo Ribeiro da Silva
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Behavioral Science Lab
2 - Fernando Carvalho de Almeida
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Administração
3 - Gustavo Macedo de Carvalho
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Departamento de Administração
4 - Rafael Francisco de Oliveira
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SANTOS (UNISANTOS) - Santos

Reumo

Estudos têm sido realizados para explorar os aspectos comportamentais do indivíduo que possam vir a exercer alguma influência no campo das finanças comportamentais, sendo a personalidade uma das maneiras encontradas para descrever as características individuais (Josef et al., 2016). O modelo dos cinco fatores é um protocolo que descreve o comportamento humano em termos da personalidade (Goldberg, 1981). No campo das finanças comportamentais, o estudo da tolerância ao risco financeiro visa a compreensão do grau de incerteza que um indivíduo está disposto a suportar (Grable & Lytton, 2003).
Ainda não há um consenso na literatura sobre os traços de personalidade que prevalecem no comportamento de tolerância ao risco financeiro, sendo este um gap a ser explorado (Highhouse et al.,2022, Millroth et al., 2020). Logo, a questão de pesquisa do presente estudo foi: quais são os traços de personalidade que possuem relação sobre a tolerância ao risco financeiro de um investidor? Por consequência, o objetivo deste estudo foi analisar as relações entre traços de personalidade e a tolerância ao risco financeiro.
A tolerância ao risco financeiro tem relação com a propensão do indivíduo aceitar resultados negativos ou adversos do esperado (Kannadhasan, 2015). O conceito também pode ser definido como o máximo de incerteza que uma pessoa aceita assumir, quando toma alguma decisão financeira (Grable, 2000). Já os traços de personalidade envolvem as características da pessoa que respondem por padrões consistentes e estáveis de pensamento, sentimentos e comportamentos (Massod et al., 2017).
A metodologia utilizada teve em consideração uma abordagem quantitativa, partindo da coleta de dados de 300 clientes de uma instituição financeira privada brasileira que responderam a escala que mede a tolerância ao risco financeiro (GL-RTS de Grable & Lytton, 2003) e o modelo de cinco fatores, no formato reduzido (TIPI, de Nunes et al., 2018). A técnica de análise estatística utilizada neste estudo foi a Modelagem de Equações Estruturais.
Os construtos relacionados aos traços de personalidade não apresentam valores de Alpha de Cronbach superiores a 0,7 (Hair et. al, 2017). Contudo, o TIPI original (Gosling et al., 2003) mostrou Alphas de Cronbach de baixo a moderado (>0,40 e <0,68), um achado típico em escalas curtas (Ziegler et al., 2014). A validade discriminante confirma que todas as variáveis medem relações diferentes umas das outras (Bock et al., 2015). Por fim, nos resultados obtidos, mostra-se que três caminhos de hipóteses foram suportados (H4 com p<0,05, H1 e H5 com p<0,1).
De acordo com as hipóteses validadas, pessoas com alta pontuação em extroversão e neuroticismo foram consideradas com menor propensão a risco financeiro, enquanto pessoas com alta pontuação em abertura à experiência foram consideradas com maior propensão ao risco. No âmbito das limitações da pesquisa, sugere-se a utilização dos modelos expandidos ou completos dos cinco fatores. Além disso, não foram agregados na análise fatores demográficos e outros protocolos que envolvam a expansão do entendimento dos comportamentos do indivíduo.
Goldberg, L. R. (1981). Language and individual differences: the search for universals in personality lexicons. In L. Wheeler(Ed.), Review of Personality and Social Psychology, v. 2 p. 141-165, Beverly Hills, CA: Sage. Grable, J. & Lytton, R. (2003). The Development of a Risk Assessment Instrument: a Follow-Up Study. Financial Services Review 12, pp. 257-274. Nunes, A., Limpo, T., Lima, C. F., & Castro, S. L. (2018). Short scales for the assessment of personality traits: Development and validation of the Portuguese Ten-Item Personality Inventory (TIPI). Frontiers in Psychology, 9(461).