Resumo

Título do Artigo

Índice de Desenvolvimento Rural para a Erva-Mate no Estado do Paraná
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Palavras Chave

Erva-mate
Desenvolvimento rural
Paraná

Área

Artigos Aplicados

Tema

Gestão Socioambiental

Autores

Nome
1 - Rodrigo Libanez Melan
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ (UEM) - Maringá - Depto Administração
2 - Saulo Fabiano Amâncio Vieira
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA (UEL) - CESA / Departamento de Administração
3 - Vera Lucia Tieko Suguihiro
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA (UEL) - CESA - Departamento de Serviço Social
4 - Tales Leon Biazão Sanches
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA (UEL) - CESA
5 - Cláudia Abe Gargel Luengo
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA (UEL) - CESA - Centro de Estudos Sociais Aplicados

Reumo

O artigo trata da adaptação de um instrumento elaborado segundo metodologia desenvolvida por Kageyama (2004, 2009) para avaliar desenvolvimento rural, denominado índice de desenvolvimento rural (IDR), além de técnica estatística exploratória para avaliar a semelhança de grupos de produtores rurais no cenário da aplicação de tal índice. O contexto em que este fora utilizado é de propriedades rurais que cultivam / extraem erva-mate no Paraná, especificamente na região centro-sul do estado.
Em entrevistas empreendidas pelo NIGEP com stakeholders relacionados à cadeia de valor da erva-mate, alguns aspectos associados aos produtores se destacaram, motivo pelo qual foram selecionados enquanto foco do projeto. Os de pequeno porte apresentam menor poder de negociação em média, tornando-os mais suscetíveis aos interesses de outros atores, como as indústrias e produtores de maior porte. Ademais, carecem de assistência técnica e de políticas de vendas. Como resultado, podem deixar a cultura por outras. Sobre os médios, eles carecem de apoio governamental segundo as entrevistas.
Para fomentar os produtores e o desenvolvimento sustentável da erva-mate, necessitava-se de um instrumento que pudesse subsidiar as ações previstas no programa VRS (Vocações Regionais Sustentáveis, da Invest Paraná). Valendo-se do mapeamento in loco realizado com os produtores, verificou-se que a metodologia desenvolvida por Kageyama (2004, 2009) em conjunto com a análise de correspondência simples poderiam subsidiar os esforços de fomento preconizados pelo VRS, atingindo dois objetivos: pronta identificação dos produtores menos "desenvolvidos" e medida objetiva acerca do "desenvolvimento".
O cálculo do índice de desenvolvimento rural (IDR) foi baseado em Kageyama (2004, 2009) e Lima, Cardoso Júnior e Lunas (2017). A proposta adota a conceituação de desenvolvimento rural para, então, calculá-lo a partir de um grupo de cinco indicadores (população rural, educação, bem-estar, meio ambiente e economia). Para o cálculo dos grupos que apresentavam maior proximidade em seus indicadores econômico-financeiros, valeu-se dos valores recebidos por safra da erva-mate e a renda mensal de todos integrantes da família (pela análise de correspondência simples).
Os produtores rurais com idade média acima de 65 anos apresentaram, em geral, menores valores do IDR. Houve convergência entre o subíndice atrelado à educação e os indicadores educacionais do IBGE para a cidade de Irati (referência do Censo de 2010), trazendo maior robustez ao indicador. As comunidades tradicionais apresentaram, em geral, IDR mais baixo, embora pontuaram bem em indicadores atrelados à não utilização de produtos químicos na cultura de erva-mate. Houve aderência do IDR aos grupos obtidos por meio da análise de correspondência simples.
O IDR pode ser adaptado para utilização em distintos contextos rurais, sempre de maneira relativa, de forma a permitir uma melhor compreensão do desenvolvimento comparativo rural. A análise de correspondência simples, complementar, traz menos discricionariedade ao estudo, possibilitando a comparação em termos absolutos (por exemplo, valendo-se da renda média familiar). Tais instrumentos podem se mostrar úteis no planejamento de ações para desenvolvimento da cadeia de valor da erva-mate no Paraná (e em outras em que forem aplicados), em termos territoriais e de localização de "boas práticas".