Resumo

Título do Artigo

“Para ser contador tem que ser macho!” - A peleja de homens gays durante a formação em ciências contábeis em universidades do Nordeste brasileiro.
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Palavras Chave

Diversidade
Contabilidade
Formação

Área

Ensino e Pesquisa em Administração

Tema

Ambientes de ensino-aprendizagem

Autores

Nome
1 - CARLOS ADRIANO SANTOS GOMES GORDIANO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - FEAAC - MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO E CONTROLADORIA
2 - Daniel de Jesus Pereira
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE ALAGOAS (IFAL) - Maceió
3 - Mirian Gomes Conceição
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA (UEFS) - DCIS

Reumo

Processo de inviabilização, violência física e simbólica são recorrentes na vida de pessoas LGBTQIA+ e na vivência contábil não seria diferente. Nesse sentido, são observadas mudanças no horizonte que questionam esse modelo hegemônico excludente. Assim, essa pesquisa centra-se na vivência de homens gays da contabilidade (estudantes da graduação e profissionais recém formados)
Problema de Pesquisa: como ocorre a vivência da orientação sexual durante a formação contábil de quem ama outro igual? Objetivo Geral: compreender como esses indivíduos vivenciam sua orientação sexual durante a formação contábil em universidades nordestinas.
Pressões sutis são exercidas sobre quem oculta a identidade (e o faz pelo estigma de viver na “clandestinidade” nas organizações). Na contabilidade aceitação e inclusão ainda não saíram “do armário” (Stenger & Roulet, 2017). Contudo, grandes firmas começam a focar no respeito à diversidade. Na Austrália o CSDA objetiva eliminar a discriminação no trabalho em razão do gênero e orientação sexual. (Egan, 2018). Ressalte-ser que gênero é performativo, em função do agir como homens ou mulheres ou outras formas de existir. Mas é possível subverter essa ordem compulsória imposta (Butler, 2003).
A pesquisa caracteriza-se como descritiva e qualitativa realizada com profissionais e concludente de graduação em Ciências Contábeis, com dados coletados por meio de entrevista semiestruturada realizadas e gravadas por meio do Google Meet e posteriormente transcritas para edito de texto. A apreciação dos dados se deu com uso de análise crítica do discurso e é apresentada em verso de cordel, em atenção a novos modos de fazer e difundir ciência reconhecendo a força da cultura popular e a sua aproximação com a academia.
Os relatos dos quatro entrevistados revelam que a vivência da sexualidade no ambiente acadêmico caminha para uma pacificação e aceitação, contudo no ambiente de trabalho, as forças conservadoras do status quo representam uma barreira ainda a ser transposta para a livre vivência da orientação sexual gay masculina e por isso são mais frequentes as violências, sobretudo simbólicas, o bullying e o barramento de oportunidades por conta de sua condição de homossexualidade.
Foram observados marcadores da orientação sexual durante a formação contábil vivenciada por quem ama outro igual. Notou-se que no ambiente universitário a inclusão está avançada, mas no ambiente de trabalho ainda não foi naturalizada. O prazer e o sofrimento permeiam os relatos, mas os entrevistados se revelam resilientes e seguros de sua manutenção da área contábil, a despeitos dos percalços resultantes de sua orientação sexual.
Butler, J. (2003). Problemas de gênero. Feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. Egan, M. (2018). LGBTI staff, and diversity within the Australian accounting profession. Sustainability Accounting, Management and Policy Journal, 9 (5), p 595-614. Stenger, S. & Roulet, T. J. (2017). Pride against prejudice? The stakes of concealment and disclosure of a stigmatized identity for gay and lesbian auditors. Work, Employment and Society. 32 (2)P.1-17