Resumo

Título do Artigo

Cultura Organizacional e modelos de gestão: entre o foco no cidadão e o cumprimento de normas
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Palavras Chave

Burocracia
Gerencialismo
Universidade

Área

Administração Pública

Tema

Gestão Organizacional: Governança, Planejamento, Recursos Humanos e Capacidades

Autores

Nome
1 - Renata Albuquerque de Carvalho
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO (UFERSA) - Profiap
2 - Napiê Galvê Araújo Silva
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO (UFERSA) - Departamento de Ciências Humanas

Reumo

Cultura Organizacional e modelos de gestão: entre o foco no cidadão e o cumprimento de normas.
O presente trabalho versaremos sobre os modelos burocrático e gerencial, em busca de observar, à luz da cultura organizacional, as práticas administrativas de uma universidade pública em relação ao cumprimento de normas e o foco no cidadão. Não é a intenção deste estudo, porém, classificar a Universidade estudada como burocrática ou gerencial. O propósito é identificar a percepção dos servidores que atendem ao público em relação às características de suas práticas, e notar se estão mais próximas do cumprimento de normas, impessoalidade e hierarquia ou do foco nas necessidades dos cidadãos.
Kliksberg (1994) compartilha da ideia de que a burocracia no serviço público, apesar de ter sido criada com essa finalidade, não garante nem rapidez, nem boa qualidade, nem custos baixos para os serviços prestados ao seu público. Na verdade, o modelo é caro, autorreferido e pouco ou nada orientado para o atendimento das demandas dos cidadãos (KLIKSBERG, 1994; BRESSER-PEREIRA, 1996). Nesse sentido, Bresser-Pereira (2009) preconiza que a papelada, a rigidez regulatória e a falta de iniciativa, entre outros aspectos, distorceram (e ainda distorcem) um modelo organizacional que, em princípio.
Os dados que compõem o corpus deste trabalho são de natureza qualitativa e foram obtidos por meio de entrevistas individuais, semiestruturadas. Foram realizadas 7(sete) entrevistas em profundidade, nas quais os sujeitos eram arguidos por meio de perguntas compatíveis com as características dos diferentes modelos de gestão. Ao longo das entrevistas e de acordo com as experiências compartilhadas e nuances percebidas pelo pesquisador, perguntas e respostas espontâneas aprofundavam os relatos dos sujeitos.
Burocracia e impessoalidade: Os entrevistados empenharam-se em esclarecer que a impessoalidade era de grande importância para o desempenho das atividades, inclusive relatando estratégias e procedimentos que garantissem o tratamento igualitário a todos os usuários dos serviços do setor. Burocracia como proteção: Os servidores buscam no apego à burocracia uma forma de proteger-se do controle externo à organização, eximindo-se de situações em que fiquem expostos ao poder de punição dos órgãos de controle, e evitando ao máximo flexibilizar as normas, já que estão respaldados e “protegidos” na lei
Pôde-se perceber que a prática dos servidores é orientada pelo comportamento e pelas convenções legitimadas pelo grupo que, por sua vez, vale-se da legislação vigente e dos princípios da administração pública para desenvolver suas atividades. destaca-se o apego à burocracia como forma de proteção utilizada pelos servidores. De um lado, protegem-se dos órgãos de controle, que cobram formalização, padronização dos serviços e cumprimento de normas. De outro, parecem proteger-se de si mesmos, da natureza humana corrupta e do “jeitinho brasileiro”, eximindo-se de qualquer comprometimento.
ABRUCIO, F. L.; PEDROTI, P.; PÓ, M. V. A formação da burocracia brasileira: a trajetória e o significado das reformas administrativas. In: LOUREIRO, M. R.; BRESSER-PEREIRA, L. C. Da Administração Pública Burocrática à Gerencial. Revista do Serviço Público, ano 47, v. 120, n. 1, jan./abr. 1996. Disponível em: . Acesso em: 30 jun. 2017 KLIKSBERG, B. Redesenho do Estado para o desenvolvimento sócio-econômico e a mudança: uma agenda estratégica para a discussão. Revista de Administração Pública, v. 28, n. 3, p. 5-25, 1994. Disponív