Resumo

Observa-se a utilização da teoria JD-R em diferentes contextos, contudo as pesquisam apontam a necessidade de estudos que elucidem práticas organizacionais que minimizem os efeitos nocivos do trabalho em prol de um ambiente saudável e que seja capaz de gerar engajamento (Demerouti, Bakker, & Halbesleben, 2015), e propõem estudos futuros para a contribuição na gestão (Sun & Bunchapattanasakda, 2019).

Apesar dos diversos estudos, entende-se ter uma lacuna para a exploração da teoria especialmente na abordagem organizacional. Assim, no intuito de atender essa demanda e apontar caminhos, perspectivas e tendências da teoria JD-R no contexto organizacional, este artigo tem como objetivo analisar a produção científica sobre a teoria das demandas e recursos do trabalho (Job Demands-Resources theory), através de uma revisão sistemática da literatura que contou com 150 artigos científicos extraídos das bases de dados Web of Sciente e Scopus no período de 2013 a 2021.

Para a teoria JD-R, as demandas de trabalho expressam os aspectos físicos, psicológicos, sociais ou organizacionais que impactam no indivíduo de forma fisiológica e/ou psicológica. Os recursos de trabalho amortecem as demandas de trabalho e os recursos pessoais correspondem a autoavaliações positivas (Bakker & Demerouti, 2014). O engajamento pode ser considerado como um estado de espírito positivo, satisfatório e relacionado ao trabalho, compostos por três pilares: vigor, dedicação e absorção.

Trata-se de uma revisão sistemática de literatura e tem como objetivo analisar a produção científica internacional em periódicos sobre a teoria das demandas e recursos do trabalho publicada em periódicos internacionais de 2013 a 2021. Realizou-se um levantamento dos artigos publicados nas bases de dados da Web of Science que abrange publicações a nível mundial, a Scopus que contém um grande número de publicações na área de gestão de pessoas e comportamento humano nas organizações. Após os critérios de inclusão e exclusão foram analisados o total de 150 artigos.

O estado da arte da teoria JD-R pode ser resumido assim: a) estudos com inovações no próprio modelo teórico; e b) estudos com interação com outras teorias e contextos específicos: associados a liderança, redesenho do trabalho, contexto de pandemia da Covid-19, implicações do burnout e bem-estar no trabalho. Sugerem-se pesquisas que busquem evidenciar relações e contextos que possam favorecer e beneficiar gestores e funcionários, permitindo compreender mecanismos da promoção do equilíbrio nos ambientes de trabalho sem a deterioração decorrente dos interesses dos sistemas de trabalho.

A presente pesquisa teve como objetivo analisar a produção científica sobre a teoria das demandas e recursos do trabalho (Job Demands-Resources theory), através de uma revisão sistemática da literatura que contou com 150 artigos científicos extraídos das bases de dados Web of Sciente e Scopus no período de 2013 a 2021. Buscou-se analisar as características de produção, contextos de aplicação, percurso metodológico, contributos e lacunas teóricas. Os resultados demonstram a ascensão do tema internacionalmente, ao mesmo tempo que ficou claro a escassez no âmbito nacional.

Bakker, A. B., & Demerouti, E. (2014). Job demands–resources theory. In: Work and Wellbeing: Wellbeing: A Complete Reference Guide. John Wiley & Sons. Demerouti, E., Bakker, A. B., & Halbesleben, J. R. B. (2015). Productive and counterproductive job crafting: A daily diary study. Journal of Occupational Health Psychology, 20, 457–469. Sun, L., & Bunchapattanasakda, C. (2019). Employee engagement: A literature review. International Journal of Human Resource Studies, 9(1), 63-80.