Resumo

Título do Artigo

Plataformização do Trabalho e a Gestão algorítmica: abordagens e conceituações.
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Palavras Chave

Plataformização
Classificação das Plataformas
Gestão Mediada por algoritmos

Área

Tecnologia da Informação

Tema

Transformação Digital e Novos Negócios Digitais

Autores

Nome
1 - Érika Sabrina Felix Azevedo
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (UFPE) - PROPAD
2 - Diego Fillipe de Souza
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (UFPE) - PROPAD - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
3 - JACKELINE AMANTINO DE ANDRADE
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Reumo

Na última década as plataformas digitais têm transformado profundamente a vida de milhares de pessoas, sobretudo as relações de trabalho. Com intuito de contribuir no entendimento do processo de plataformização do trabalho, este ensaio resgatou diferentes perspectivas acadêmicas sobre as plataformas - estudos de software, economia política crítica, estudos de negócios e estudos culturais. Essas plataformas estão expandindo em número e tipo de atividades desenvolvidas, estima-se que até 2025 mais de 30% do valor global será gerado por empresas de plataforma (McKinsey Global Institute, 2018)
Devido a amplitude que a plataformização do trabalho vem tomando no mundo, é imperativo evoluir na discussão sobre os impactos das novas tecnologias do capitalismo contemporâneo e as formas de trabalho que se apresentam. Essa discussão precisa ser contextualizada a partir de conceitos específicos que relacionam gestão, algoritmos e as relações de trabalho. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho consiste em apresentar o fenômeno da plataformização do trabalho e discutir sobre seu processo de desenvolvimento.
A plataformização do trabalho está afetando a organização e as relações de trabalho através dos mecanismos de vigilância, coleta e extração de dados e gestão algorítmica (Couldry & Mejias, 2019). O termo plataformização do trabalho ou trabalho mediado por aplicativo (Grohmann, 2020) expressa a forma central da produção de serviços nas plataformas digitais e como o conjunto de algoritmos são responsáveis pelo funcionamento do aplicativo. Poell et al. (2020) advogam que a compreensão desse fenômeno precisa ser contextualizada a partir das diversas questões e elementos que o interligam.
Diante dessas transformações no mundo do trabalho, é imperativo compreender essa reconfiguração nas relações laborais por meio das plataformas digitais, controladas pela gestão algorítmica. Slee (2017) compara as facetas da estrutura de gerenciamento algorítmica ao “chefe do inferno” com o potencial de demitir trabalhadores por capricho. Os trabalhadores de plataforma demostram suas insatisfações sobre o modelo de funcionamento dos apps (Dyer-Witherford et al., 2019). Huws (2014) destaca que novas formas de controle do trabalho exigem novas maneiras de organização e resistência.
Esse artigo explorou conceitualmente o processo de plataformização enquanto novas formas de gerenciamento, controle e organização do trabalho a partir de amplo processo de informalização. Discutiu como a inserção dos algoritmos no trabalho, principalmente na gestão das organizações, podem alterar o comportamento e intensificar conhecidas estratégias de controle e dominação dos trabalhadores. O gerenciamento algorítmico além de ser um meio que acentuar opacidades na relação com os trabalhadores pelos sistemas de classificação e coleta de dados, potencializa outros problemas sociais.
Couldry, N., & Mejias, U. A. (2019). The costs of connection: how data is colonizing human life and appropriating it for capitalism. Stanford, California: Stanford University Press. Grohmann, R. (2020). Plataformização do trabalho: entre dataficação, financeirização e racionalidade neoliberal. Revista EPTIC, 22(1), 106-122. McKinsey Global Institute. (2018). Jobs lost, jobs gained: workforce transitions in a time of automation. [Relatório]. Nova Yorque. Poell, T., Nieborg, D., & Van Dijck, J. (2020). Plataformização. Fronteiras – estudos midiáticos, 22(1), 2-10.