Profissionais de Contabilidade
Vivências de Prazer
Fatores de Sofrimento
Área
Finanças
Tema
Contabilidade para usuários internos
Autores
Nome
1 - CARLOS ADRIANO SANTOS GOMES GORDIANO UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - FEAAC - MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO E CONTROLADORIA
2 - Cassio Adriano Braz de Aquino UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - Depto. de Psicologia
3 - Raquel Nascimento Coelho UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - Departamento de Psicologia
4 - José Glauber Cavalcante dos Santos UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - FEAAC
Reumo
As vivências de prazer e os fatores de sofrimento atravessam as atividades profissionais em seus diversos campos laborais, inclusive na contabilidade, que constitui uma área de trabalho composta por distintas atividades que possuem potencial para afetar a saúde mental de seus trabalhadores, tais como o elevado volume de tarefas, a necessidade de cumprimentos de prazos, os riscos de penalidades pecuniárias a erros de escrituração, dentre outros.
Problema: quais as principais evidências de vivência prazer e fatores sofrimento experienciadas por profissionais de contabilidade na Grande Fortaleza?
Objetivo geral: identificar as principais evidências da vivência de prazer e fatores sofrimento psíquico entre profissionais de contabilidades atuantes na Grande Fortaleza.
Objetivo adicional: identificar quais os fatores mais relevantes para os profissionais da contabilidade em relação aos aspectos de prazer e sofrimento psíquico no trabalho.
A psicodinâmica do trabalho é uma corrente da Psicologia do Trabalho centrada na organização do trabalho e seus efeitos na saúde mental de trabalhadores, permitindo compreender mais claramente os construtos de vivências de prazer e sofrimento dos indivíduos envolvidos com o processo dinâmico do trabalho. (CARDOSO E KLIPAN, 2019). Conforme Vries, Blommer e Loo (2021) sofrimento pode ser definido como a angústia que uma pessoa experimenta quando percebe uma ameaça a qualquer aspecto de sua existência seja física, psicológica ou social, resultando numa incapacidade de controlar a situação.
O estudo constitui uma pesquisa descritiva e quantitativa baseada na Escala de Indicadores de Prazer e Sofrimento no Trabalho (EIPST), subsistema do Inventário Sobre Trabalho e Riscos de Adoecimento (ITRA). Os dados foram coletados de fontes primárias por meio de survey junto a 419 profissionais da área contábil da Grande Fortaleza, cujas respostas foram analisadas por meio de estatística descritiva, testes de correlação não paramétrico de Spearman e Análise Fatorial com uso de teste Kaiser-Meyer-Olkin (KMO).
Os resultados indicam que as subcategorias “realização profissional”, “esgotamento emocional” e “falta de reconhecimento” revelaram resultados críticos indicando a existência de evidências de sofrimento psíquico no trabalho contabilístico. Os testes estatísticos apontaram correlação dos indicadores de sofrimento com as variáveis idade, gênero e posição profissional, com maior expressividade no “afastamento do trabalho”. A análise fatorial confirmou as dimensões da escala original, revelando que elas são adequadas para avaliar as questões relativas ao prazer e sofrimento no trabalho contábil.
O estudo revelou que as principais evidências de sofrimento psíquico experienciada por profissionais de contabilidade são aquelas ligadas ao estresse, esgotamento emocional, sobrecarga de trabalho, frustração, insegurança, além do dificuldades na valorização, reconhecimento e motivação para o trabalho. Por outro lado, foram observados indicadores satisfatórios de discriminação, desqualificação e inutilidade (baixa ocorrência) e na solidariedade e cooperação entre colegas e no orgulho pelo trabalho que realiza (elevadas ocorrências).
DEJOURS, C. A loucura do trabalho. São Paulo: Cortez, 1987.
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