Resumo

Título do Artigo

“ARE YOU STILL WATCHING?” - UM ESTUDO SOBRE OS PREDITORES DA PRÁTICA PROBLEMÁTICA DE BINGE WATCHING
Abrir Arquivo
Ver apresentação do trabalho
Assistir a sessão completa

Palavras Chave

binge watching
modelagem de equação estrutural
análise de condições necessárias

Área

Tecnologia da Informação

Tema

Aspectos Comportamentais e Decisórios da TI

Autores

Nome
1 - MELISSA DE JESUS ALMEIDA ROCHA OLIVEIRA
Escola Paulista de Política, Economia e Negócios - Universidade Federal de São Paulo - EPPEN/Unifesp - Osasco
2 - Luis Hernan Contreras Pinochet
Escola Paulista de Política, Economia e Negócios - Universidade Federal de São Paulo - EPPEN/Unifesp - Campus Osasco
3 - Vanessa Itacaramby Pardim
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - FEA
4 - MARCIA CARVALHO DE AZEVEDO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO (UNIFESP) - Campus Osasco

Reumo

Ao implementar maneiras inovadoras de acesso à mídia, os serviços de “vídeo on demand” renovaram o conceito de assistir à televisão (Boca, 2019), acarretando o crescimento e popularidade de um comportamento social de consumo de conteúdo em forma de maratonas, conhecido como “binge watching” (Song et al., 2022). Neste sentido, há um aumento das discussões sobre potenciais resultados adversos que podem surgir do excesso destas maratonas (Flayelle et al., 2019b). Isto se dá, pois as adversidades de seu uso excessivo podem afetar seus usuários no âmbito social, físico e mental (Ort, 2021).
Tendo em vista o crescimento do binge watching durante os últimos anos e, particularmente, durante a pandemia da COVID-19, torna-se necessário o desenvolvimento de estudos que abranjam as consequências que o uso excessivo dessa prática pode trazer para os telespectadores, com destaque para estudos que envolvam a população brasileira. Dada a relevância deste problema social, o objetivo geral desta pesquisa é compreender como os preditores ansiedade social, depressão, tédio e desenvolvimento de relações parassociais afetam a prática problemática de binge watching.
A preocupação com o binge watching tem sido motivada pelas possíveis consequências para a saúde física e mental dos telespectadores, sendo associado a problemas de saúde a longo prazo, como obesidade e doenças cardíacas (Flayelle et al., 2019a), negligência no trabalho ou nas relações sociais, procrastinação na hora de dormir e aumento do consumo de alimentos não saudáveis (Starosta & Izydorczyk, 2020). Indivíduos que exibem um comportamento problemático de assistir a seriados apresentam sintomas semelhantes a indivíduos com problemas de dependência de substâncias químicas (Shim et al., 2018).
Primeiramente, optou-se por realizar a modelagem de equação estrutural de mínimos quadrados parciais, analisada com o software R, que permite calcular as relações de regressão parcial nos modelos de medição e estruturais usando regressões de mínimos quadrados comuns separados (Hair et al., 2014). O segundo passo consistiu na aplicação da Análise de Condições Necessárias que consiste na geração de um gráfico de dispersão entre duas variáveis X e Y no qual X é necessário para Y. Com isso, busca-se avaliar o nível de necessidade entre estas variáveis, onde sem X, Y não pode existir (Dul, 2016).
É possível afirmar que existe uma relação direta entre ansiedade social, depressão, relações parassociais e tédio frente a prática problemática de binge watching. Porém a H2 (AS → BW; β=0,097) apresentou os menores coeficientes, indicando um menor grau de explicação do preditor na relação. Com isso, graus mais intensos destes percursores acarretam graus mais elevados desta prática problemática. Assim, o presente estudo corrobora os achados de Starosta et al. (2021) e Sun e Chang (2021), os quais indicam a existência da relação entre a ansiedade social e a depressão com o binge watching.
O presente estudo foi capaz de evidenciar que a prática, associada à pré-disposição psicológica dos indivíduos, pode acarretar o desenvolvimento de sintomas negativos semelhantes ao vício em diversas tecnologias, comprometendo a vida do indivíduo tanto fisicamente quando psicologicamente. Fenômeno esse intensificado durante a pandemia da COVID-19, quando a prática do binge watching é utilizada para distrações, entretenimento e para a administração das sensações negativas advindas da pandemia (Dixit et al., 2020).
Dixit, A., Marthoenis, M., Arafat, S. M. Y., Sharma, P., & Kar, S. K. (2020). Binge watching behavior during COVID 19 pandemic: A cross-sectional, cross-national online survey. Psychiatry Research, 289. Flayelle, M., Maurage, P., Di Lorenzo, K. R., Vögele, C., Gainsbury, S. M., & Billieux, J. (2020). Binge-Watching: What Do we Know So Far? A First Systematic Review of the Evidence. Current Addiction Reports, 7(1). Song, L., Zhang, Q., Hu, B, & Mou, J. (2022). To resist or to purchase: The casual mechanism of binge-watching and program purchase, Journal of Retailing and Consumer Services, 68.