Resumo

Título do Artigo

SOCIEDADE, DESINFORMAÇÃO E ESTUDOS ORGANIZACIONAIS: o estado da arte da pesquisa brasileira sobre desinformação
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Palavras Chave

Desinformação
Sociedade
Estudos organizacionais

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Epistemologias e Ontologias em Estudos Organizacionais

Autores

Nome
1 - Mauricio Vitor Souza Oliveira
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO (UNIVASF) - Petrolina - Centro
2 - Fernanda Roda de Souza Araújo
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO (UNIVASF) - Colegiado de Administração
3 - Milka Alves Correia Barbosa
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS (UFAL) - Feac

Reumo

A infodemia traz consigo uma legião de indivíduos zumbificados, que não apenas são manipulados pela desinformação, como também agem em favor dela: ameaçam os sistemas democráticos (GILS; MULLER; PRUFER, 2020), incentivam a polarização social e política (HELBING et al., 2017), posicionam-se contra os veículos tradicionais de comunicação (DELMAZO; VALENTE, 2018) e negam a ciência (ANDERSEN; RAMUSKI; GODOY, 2019). Assim, surge a preocupação acerca das consequências da disseminação de desinformação, especialmente por se tratar de um fenômeno relativamente novo e que vem se espalhando rapidamente.
Considerando que estudos acadêmicos podem oferecer relevantes contribuições tanto para a teoria quanto para a prática de diversas áreas de conhecimento, uma vez que a informação (e a desinformação) tem esse caráter multi e interdisciplinar, bem como a necessidade de ampliação da discussão acadêmica sobre esta temática, o presente artigo teve como objetivo geral analisar o estado da arte da produção científica brasileira sobre a desinformação.
Para Orlowski (2020), o mundo está diante de um novo modelo de negócio cujo lucro é proporcional à desinformação – alguém ganha mais dinheiro ao permitir que mensagens não verificadas atinjam o maior número de pessoas pelo menor preço. Uma das formas mais comuns de se obter lucro por desinformação é a veiculação das fake news em sites especializados em notícias falsas, tendenciosas ou sensacionalistas, que possuem diversos anúncios pagos monetizados por quantidade de cliques em manchetes chamativas ou polêmicas (OLIVEIRA, 2018).
O estudo da arte revela que a desinformação vem sendo discutida sob a ótica de quatro linhas: sociedade da (des)informação (o fenômeno em si e o excesso de informações disponíveis de forma indiscriminada); ambiente político (o receio sobre os riscos que a desinformação apresenta à democracia e aos processos democráticos e os impactos sobre questões políticas); saúde na pandemia (estudos relacionados às mudanças impostas pela pandemia e à desinformação disseminada sobre a mesma) e saúde além da pandemia (estudos mais abrangentes no no campo da saúde, como movimentos anticiência e antivacina).
A desinformação não deve ser tratada apenas como algo pontual e passageiro, mas como um aspecto devastador da sociedade da informação que precisa ser combatido. Atualmente, os seus efeitos são conhecidos apenas no curto prazo – especialmente por se tratar de um fenômeno relativamente novo. Nesse sentido, é necessário que a universidade participe ativamente do combate ao ambiente de desinformação, sobretudo incentivando a produção e divulgação científica, afinal, esta é a principal forma de se compreender e combater um fenômeno tão complexo.
ANDERSEN, Angélica Jeanice M.; RAMUSKI, Ana Claudia Fagundes C. C.; GODOY, Elena. O ambiente de desinformação global. In: CUNHA, A. F.; DOMINGOS, C. (Org.). Coletânea da I Jornada Internacional de Pragmática. 1. ed. Curitiba: Lupa Edições, 2019. DELMAZO, Caroline; VALENTE, Jonas. C. L. Fake news nas redes sociais online: propagação e reações à desinformação em busca de cliques. Media & Jornalismo, v. 18, n. 1, 2018. 155-169 p. GILS, Freek van.; MULLER, Wieland; PRUFER, Jens. Big data and democracy. TILEC Discussion Paper, n. 3, 2020.