Resumo

Título do Artigo

MELHORIAS EM SAÚDE E INOVAÇÃO: UMA ANÁLISE DE CONTEÚDO SOBRE OS MANUAIS DE ACREDITAÇÃO DE QUALIDADE
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Palavras Chave

Inovação
Acreditação
Saúde

Área

Gestão da Inovação

Tema

Organização, Processos e Projetos de Inovação

Autores

Nome
1 - Marianna Iorio Rates
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Mestrado Profissional em Empreendedorismo
2 - Alvair Silveira Torres Junior
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - administração

Reumo

As diferenças de estrutura e processos entre as instituições de saúde brasileiras faz com que muitas delas utilizem os sistemas de acreditação como forma de diferenciação (Oliveira et al., 2017). Este artigo apresentará a análise de conteúdo realizada nos manuais dos programas de acreditação quanto à identificação dos conceitos atribuídos à inovação, comparando pelas origens nacional e internacional, e contribuindo com a discussão sobre o quanto os requisitos destes métodos de avaliação da qualidade estimulam que as instituições de saúde busquem o exercício de práticas inovadoras.
O conteúdo dos manuais de acreditação apresenta aderência com o estímulo à inovação? Para responder esta pergunta, o estudo teve como objetivos: 1) Realizar uma análise de conteúdo dos manuais de acreditação de origem nacional e internacional, visando identificar os conceitos que podem corresponder a estímulos à inovação presentes nos requisitos. 2) Comparar de forma quantitativa a presença dos conceitos relacionados à inovação em cada grupo, analisando de forma interpretativa o contexto em que estes termos estão aplicados para identificar se eles realmente podem corresponder à inovação.
Portela (2000) afirma que a avaliação em saúde produz informações que podem subsidiar a tomada de decisão em relação às práticas relacionadas ao setor. Certamente, quanto mais genéricos ou amplos os padrões de uma avaliação, mais dependente da interpretação de quem realiza a avaliação este resultado será (Donabedian, 2005). Além disso, Costa (2016) ressalta que a capacidade de inovar está diretamente relacionada com a posição inicial ocupada por uma empresa, ou seja, com a sua experiência prévia e conhecimentos relacionados à inovação.
Foi realizada a análise de conteúdo proposta por Bardin (2011), com uma pré-exploração de cinco manuais de acreditação que são o objeto desta análise, para que então, fossem definidas quais categorias temáticas seriam buscadas. Entende-se que a assimilação da prática de inovação pode ser associada a expressões como “melhoria”, “progresso”; “mudança”; “transformação”; “aperfeiçoamento” e “diferenciação”. No software IRaMuTeq foram buscados em cada um dos manuais esses constructos e similares, para entender primeiramente, quão evidente está o incentivo pelas acreditações às práticas de inovação.
Na análise dos manuais nacionais foi identificada a ocorrência de 48.183 vocábulos, sendo 2.625 distintos e 1.017 com uma única ocorrência. Em relação aos manuais internacionais foram 72.417 vocábulos, sendo 2.692 distintos e 798 únicos. A avaliação em saúde estimula a melhoria contínua dos resultados por parte dos serviços, o que pode ser um incentivo para que as instituições adotem práticas inovadoras para atingir patamares maiores de performance. Por isso, o fato das expressões “melhoria”, “contínuo” e “mudanças” aparecerem com maior frequência em todos os manuais, comprova esta premissa.
Nos achados foi possível identificar uma aderência maior por apenas uma acreditação nacional e uma acreditação internacional em relação aos incentivos conceituais à inovação, sendo que estas também atribuem diferentes níveis de avaliação aos serviços auditados e possivelmente por isso, tendem a ter mais requisitos relacionados à busca contínua por melhorias, o que pode ser um indicativo de oportunidade para inovação pelas empresas de saúde.
Bardin, L. Análise de conteúdo. Traduzido por Luís Antero Reto, Augusto Pinheiro. São Paulo: Edições 70, 2011. Costa, L. S. (2016). Inovação nos serviços de saúde: Apontamentos sobre os limites do conhecimento. Cadernos de Saude Publica, 32. Donabedian, A. (2005). Evaluating the Quality of Medical Care. Milbank Quarterly, 83(4), 691–729. Oliveira, J. L. C., Gabriel, C. S., Fertonani, H. P., & Matsuda, L. M. (2017). Mudanças gerenciais resultantes da Acreditação hospitalar. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 25. Portela, C. M. (2000). Avaliação da qualidade em saúde.