1 - Elvia Florencio Torres Ximenes UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo/ Pós-Graduação em Engenharia de Produção
2 - Uiara Bandineli Montedo Escola Politécnica / USP - Departamento de Engenharia de Produção
3 - Roberto Marx UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - Escola Politécnica da USP
4 - LILIANE ARAÚJO PINTO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ (UFPI) - Curso de Moda
Reumo
A agricultura ao mesmo tempo que é essencial para a vida humana, é também uma das atividades que mais polui o meio ambiente. Assim, um grande desafio é buscar sistemas de produção alternativos, que possam combinar eficiência e sustentabilidade. Grandes expectativas têm sido postas nas smart tecnologias (Bouali et al, 2021; Friha et al, 2021). Porém, há de se considerar, que qualquer inovação vislumbra benefícios para diferentes grupos de steakholders. Assim, sendo, configura-se um desafio atender requisitos divergentes em busca de negócios mais sustentáveis (Bednar and Welch, 2020).
Diante do contexto apresentado, questiona-se: Quais os desdobramentos da aplicação das smart tecnologias na agricultura diante da busca pela sustentabilidade socioambiental? Assim, o artigo objetivou avaliar algumas smarts tecnologias que têm sido aplicadas à agricultura sob a ótica do trade off da sustentabilidade (fatores: ambiental, econômico e social). Para tanto, as seguintes tecnologias foram consideradas no estudo: Internet das Coisas e robótica. Cada uma delas foi analisada em suas aplicações sob a ótica da sustentabilidade por meio de uma revisão sistemática da literatura.
A digitalização da produção agrícola e o uso de dados digitais estão modificando os processos, produtos e serviços dos sistemas agroalimentares (Zscheischler et al, 2022). A aplicação das smart tecnologias prometem melhorar o ambiente ecológico e auxiliar na busca pelo desenvolvimento sustentável (Yang et al, 2021). Diante desse cenário, muitas pesquisas têm apresentado soluções agrícolas inteligentes que atendam demandas diversas. O aprimoramento de ferramentas como a IoT e da robótica, permitiram que a smart agricultura se tornasse realidade (Shaikh et al, 2021).
A maioria dos que unem: Sustentabilidade, IoT e robotização, em um contexto de gestão, destacam como premissa as vantagens econômicas, seguidas das ambientais, poucos enfatizam os ganhos sociais. Identificou-se ainda, fatores que limitam o uso das tecnologias em cada uma das esferas da sustentabilidade, tais como: A produção do lixo eletrônico, limitando o fator ambiental; o analfabetismo digital, limitando o social; investimento de risco, limitando o econômico. Isso enveredou o estudo para a seguinte reflexão: Até que ponto essas tecnologias estão sendo verdadeiramente sustentáveis?
Assim, os resultados permitem concluir que existe grande complexidade para obtenção do equilíbrio da sustentabilidade socioambiental. Isso acontece devido aos vários fatores limitantes encontrados na literatura, que permite sugerir que a IoT e os robôs agrícolas possam ser reavaliados em suas diferentes aplicações, com base nos pilares da sustentabilidade, desde a concepção dos projetos, para que possam ser verdadeiramente sustentáveis.
Elkington, J. (2018). 25 years ago I coined the phrase “triple bottom line.” Here’s why it’s time to rethink it. Harvard business review, 25, 2-5.
Shaikh, F. K., Memon, M. A., Mahoto, N. A., Zeadally, S., & Nebhen, J. (2021). Artificial intelligence best practices in smart agriculture. IEEE Micro, 42(1), 17-24.
Zscheischler, J., Brunsch, R., Rogga, S., & Scholz, R. W. (2022). Perceived risks and vulnerabilities of employing digitalization and digital data in agriculture–Socially robust orientations from a transdisciplinary process. Journal of Cleaner Production, 358, 132034.