Riscos na suinocultura
Gestão de riscos
Suinocultura
Área
Agribusiness
Tema
Gestão de Risco e Comercialização Agrícola
Autores
Nome
1 - FABIANO GREGOLIN DE CAMPOS BUENO Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" - USP - Engenharia de Sistemas Agrícolas
2 - Késia Oliveira da Silva Miranda Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" - USP - LEB
Reumo
O consumo de proteína animal é crescente nas últimas décadas, impulsionado pelo aumento da renda média individual e pelo crescimento populacional (Godfray et al. 2018; Whitnall and Pitts 2019). Esse aumento, associado à globalização da economia, ao desenvolvimento do comércio, dos fluxos de capitais e da tecnologia, são os propulsores para o desenvolvimento do setor. (Robinson et al. 2011; Szymańska 2017). A complexidade na produção de suínos demanda ações gerenciais também complexas. Nesse sentido, uma área que pode oferecer suporte expressivo na tomada de decisões é a gestão de riscos.
Na suinocultura, os riscos são inerentes à atividade e envolvem todas as etapas do processo produtivo. As pesquisas nessa área são abundantes, mas dirigidas a campos específicos. No entanto, pesquisas voltadas à gestão de riscos na suinocultura com abordagem integrativa e sistemática, ainda não são exploradas. Com o objetivo de legitimar esse gap, desenvolveu-se uma revisão sistemática que reuniu informações disponíveis sobre riscos na suinocultura. Para tanto, foi criada uma biblioteca contendo os achados nas buscas sistematizadas, com respectivas análises.
A alta performance da produção de suínos, gera algumas consequências, como questões ambientais ao longo da cadeia produtiva e de abastecimento (Sage 2011; Winkler et al. 2016), uso da terra (Doelman et al. 2018), manejo dos dejetos (Willems et al. 2016), renda da fazenda e a subsistência dos agricultores, saúde e bem-estar animal, segurança e qualidade do produto, condições de trabalho (Dolman et al. 2012; Schodl et al. 2017), biossegurança (Alarcón et al. 2021), caracterizando a produção intensiva de suínos como uma atividade complexa e abrangente (Davies 2011; Okello et al. 2015).
As bases de dados investigadas foram a Web of Science, Scopus e Science Direct. A biblioteca foi composta por documentos de 2015 a 2021, num total de 2.178 documentos para análise, que demonstraram, dentre outras coisas, o crescimento de publicações na área. Os achados foram distribuídos em 13 categorias: Saúde animal/produtividade; Excrementos e resíduos; Zoonose; Carne de porco; Manejo; Bem-estar; Biossegurança; Economia e Mercado; Cadeia de suprimentos/cadeia de valor; Rastreabilidade e monitoramento; Perspectiva dos produtores; Transporte; Perspectiva do consumidor; o que legitima o gap.
Esta pesquisa identificou que os estudos dos riscos na suinocultura são direcionados a áreas específicas, não havendo uma abordagem integrativa. As investigações permitiram constatar que os riscos são uma preocupação crescente, mas uma abordagem holística, que permita identificar, medir e gerenciar riscos de forma consistente e sistemática, mostra-se um campo ainda pouco explorado e bastante profícuo. Os resultados poderão despertar interesse no desenvolvimento de sistemas de identificação, análises quantitativas e qualitativas, planejamento, implementação de respostas aos riscos.
Godfray, H.C.J., Aveyard, P., Garnett, T., Hall, J.W., Key, T.J., Lorimer, J., Pierrehumbert, R.T., Scarborough, P., Springmann, M., Jebb, S.A., 2018. Meat consumption, health, and the environment. Science. https://doi.org/10.1126/science.aam5324
Sage, C., 2011. Environment and food, Environment and Food. https://doi.org/10.4324/9780203013465
Dolman, M.A., Vrolijk, H.C.J., de Boer, I.J.M., 2012. Exploring variation in economic, environmental and societal performance among Dutch fattening pig farms. Livest. Sci. 149, 143–154. https://doi.org/10.1016/j.livsci.2012.07.008