A figura do Empreendedor: Perfil, Personalidade, Comportamento e Competências
Autores
Nome
1 - VÂNIA MARIA JORGE NASSIF UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO (UNINOVE) - Administração
2 - Márcia Maria Garçon UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS (UFG) - LAPEI - FACE
3 - GIVALDO GUILHERME DOS SANTOS UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO (UNINOVE) - Vergueiro
4 - Juliane da Costa Evangelista UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO (UNINOVE) - Memorial
5 - Heidy Rodriguez Ramos UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO (UNINOVE) - Vergueiro
Reumo
Um ambiente machista e pautado pela sociedade do patriarcado contamina o ambiente de negócios e mulheres que empreendem passam por conflitos emocionais que podem influenciar, negativamente, o seu processo empreendedor como desmotivação, sentimento de incapacidade e infelicidade. A temática da resiliência entre mulheres empreendedoras, que precisam suportar diferentes desafios pessoais e profissionais, passa a ser relevante para compreender o comportamento empreendedor relacionado ao enfrentamento e a capacidade para superar problemas e situações adversas ou inesperadas relacionados ao gênero.
Este artigo tem por objetivo compreender a resiliência no comportamento empreendedor e identificar bases teóricas e empíricas que sustentem o uso da abordagem integrativa como a mais apropriada aos estudos da resiliência de mulheres empreendedoras. Na literatura nacional e internacional procuramos identificar, na teoria e nas pesquisas aplicadas, a pertinência da utilização da abordagem integrativa nos estudos sobre resiliência de mulheres empreendedoras. Por meio da revisão narrativa procurou-se identificar, de modo mais seletivo, o conhecimento relevante acerca do tema.
A abordagem integrativa (Baron, 2008) e sua inserção no campo do empreendedorismo contribui para discutir as ameaças de estereótipo de gênero e sua relação com o afetivo e o cognitivo. Ao integrar o construto resiliência nos estudos de mulheres empreendedoras permite identificar que a resiliência é composta por traços cognitivos e afetivos que contribui com os aspectos pessoais e profissionais (Korber e McNaughton, 2017) evidenciando que a abordagem integrativa mostra-se adequada para investigar a resiliência como um fenômeno complexo (Sippel, Pietrzak, Charney, Mayes & Southwick, 2015).
Embora estudos identificados sobre a resiliência não adote a abordagem integrativa como dispositivo para análise, é possível encontrar trabalhos que abordam os aspectos afetivos e cognitivos associados à resiliência empreendedora (Doern, 2016; Obschonka, Hahn & Bajwa 2018). O cenário do empreendedorismo feminino é repleto de ameaças em função do estereótipo do gênero (Steele & Aronson, 1995), que cria dificuldades psicológicas e sociais em função de uma autoimagem construída sob modelos preconceituosos numa sociedade machista e fundada em valores do patriarcado (Nassif et al., 2018).
A abordagem integrativa, afetividade e cognição, proposta por Baron (2008), se mostra uma importante alternativa metodológica na conjunção de construtos por considerar as dimensões como interdependentes e complementares, além de oferecer um dispositivo explicativo sobre as relações entre ameaças de gênero e a resiliência. Ilumina a problemática do estereótipo como fonte de ameaças que se configuram, não apenas como elementos tangíveis do negócio como, também, em aspectos emocionais. Importante entender resiliência à luz do cognição e afetivo inerente ao empreendedorismo por mulheres.
Ahmed, A.E., Ucbasaran,D., Cacciotti, G., & Williams, T. A. (2022). Integrating Psychological Resilience, Stress, and Coping in Entrepreneurship: A Critical Review and Research Agenda. Entrepreneurship Theory and Practice, 0(0) 1–42.
Baron, R. A. (2008). The role of affect in the entrepreneurial process. Academy of management Review, 33(2), 328–340.
Blanco, J. M. M., & Montes-Botella, J.-L. (2017). Exploring nurtured company resilience through human capital and human resource development. International Journal of Manpower, 38(5), 661–674.