Diversidade, Diferença e Inclusão nas Organizações
Autores
Nome
1 - Manoel Bastos Gomes Neto PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS (PUC MINAS) - Programa de Pós-Graduação em Administração
2 - Emmanuele Araújo da Silveira PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS (PUC MINAS) - Programa de Pós Graduação em Administ - PPGA
3 - Tiago Henrique Ferreira UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - FACE
4 - Armindo dos Santos de Sousa Teodósio PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS (PUC MINAS) - Programa de Pós-Graduação em Administração
5 - Rebeca da Rocha Grangeiro UNIVERSIDADE FEDERAL DO CARIRI (UFCA) - Campus Juazeiro - Centro de Ciências Sociais Aplicadas
Reumo
Devido à exclusão do mercado de trabalho, à desigualdade de renda e de acesso a posições de gestão e da precarização de direitos sociais, as mulheres compõem um dos principais grupos nas iniciativas de Economia Solidária (ES) (Silva, Oliveira, & Correia, 2018). Os EES oferecem um caminho alternativo e oportuno para o empreendedorismo feminino, baseados em estratégias que visam à redução das desigualdades, geração de renda, desconstrução do individualismo, exercício da empatia e promoção do bem coletivo e solidariedade (Nascimento Silva, 2020; Monte 2017).
Ainda que as mulheres buscam a possibilidade de ampliação da renda familiar e autonomia econômica, maior sociabilidade e construção de uma rede de relações que proporciona segurança, lazer e emancipação (Nascimento Silva, 2020; Bezerra, Soler, Roces, & Zarzar, 2019; Monte, 2017; IPEA, 2016). Alguns desafios de gênero ainda atravessam o modelo econômico da Economia Solidária. Desta forma, o presente estudo tem como objetivo analisar como os desafios de gênero permeiam a liderança de mulheres em Empreendimentos na Economia Solidária.
Os Empreendimentos de Economia Solidária podem e devem atuar como facilitadores do processo de inclusão e emancipação das mulheres que se deparam com diversas barreiras de gênero (Barbosa et al., 2022; Nascimento Silva, 2020; Bezerra et al., 2019), possibilitando experiências de acesso à remuneração, coletividade, maior equilíbrio nas múltiplas tarefas (e.g. trabalho-família) e vivência de trabalho menos hierarquizado (Barbosa, et al. 2022; Mundim & Teodósio, 2011; Nobre, 2003).
Trata-se de uma pesquisa de cunho qualitativa, realizada por meio de entrevistas semiestruturadas em profundidade e análise de conteúdo. Foram entrevistadas 13 mulheres das cidades de Belo Horizonte - MG, Niterói - RJ, Crato - CE e Barbalha - CE.
Os resultados indicam que as mulheres ingressaram na Economia Solidaria em fases desafiadores de suas vidas. Apresentaram um modelo de lideranças transformacional, com comportamentos ativos e persuasivos, visando o trabalho participativo, a cooperação, o coletivismo e o bem comum. As mulheres que moram na mesma residência ou possuem filhos e netos dependentes apresentarem uma maior dificuldade em conciliar vida profissional e pessoal. Além disso, elas denunciam comportamentos machistas, percebem a necessidade de validar suas competências constantemente e possuem seus espaços limitados.
Este trabalho lança luz sobre a os dramas e tramas da liderança feminina em um modelo econômico diferente do tradicional, ampliando a discussão referente aos desafios de gênero para além do foco empresarial, além de proporcionar uma reflexão sobre lugar social das mulheres.
Barbosa, L. O., de Almeida Bizarria, F. P., Barbosa, F. L. S., & Guimarães, S. C. (2022). Liderança feminina em contexto de economia solidária–o caso da feira agroecológica e cultural de mulheres no Butantã. Conjecturas, 22(2), 613-636.
Cançado, A. C., & Pozzebon, M. (2016). Gestão Social e Economia Solidária: para além do mimetismo: outra gestão é possível. Revista de Economia Solidária, 10(1), 19-43.
Gaiger, L. I. G., & Kuyven, P. S. (2020). ECONOMIA SOLIDÁRIA E TRAJETÓRIAS DE TRABALHO: Uma visão retrospectiva a partir de dados nacionais. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 35.