Resumo

Título do Artigo

ESCALA DE POTENCIAL À INOVAÇÃO (EPI): Construção e Evidências de Validade de uma Medida para o Contexto do Trabalho
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Palavras Chave

Inovação
Comportamento
Psicometria

Área

Gestão da Inovação

Tema

Dimensões Criativas, Comportamentais e Culturais da Inovação

Autores

Nome
1 - Gustavo Henrique Silva de Souza
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO NORTE DE MINAS GERAIS (IFNMG) - Campus Teófilo Otoni
2 - Nilton Cesar Lima
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - Faculdade de Ciências Contábeis
3 - Fernanda Cristina Barbosa Pereira Queiroz
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (UFRN) - centro de Tecnologia
4 - Rafael Farias Goncalves
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO NORTE DE MINAS GERAIS (IFNMG) - Campus Montes Claros
5 - Jamerson Viegas Queiroz
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (UFRN) - departamento de engenharia de produção

Reumo

A inovação geralmente é conceituada sob o aspecto produtivo e de suas implicações sociais dentro do contexto econômico e mercadológico (Edwards-Schachter, 2018). No entanto, a natureza da inovação – isto é, o processo pelo qual a desenvolve – é essencialmente comportamental, estabelecendo-se em características individuais ou coletivas como criatividade, idealização e proatividade (Carayannis, 2020). Quando não traduzida dentro do escopo do comportamento empreendedor, a capacidade de inovação tende a se refletir no contexto laboral – comuns no meio gerencial, acadêmico e artístico, por exemplo.
Instrumentos que mensuram a inovação se relacionam ao comportamento empreendedor ou aos aspectos organizacionais da inovação. Apesar disso, verificam-se lacunas na literatura sobre a avaliação autodescritiva da inovação, cujos comportamentos associados denotam caráter circunstancial e configuram-se como potencial (latência da característica necessária para ocorrência). Assim, este estudo objetiva construir um instrumento que avalie e mapeie comportamentos e características de um indivíduo potencialmente inovador dentro do contexto do trabalho, reunindo evidências de validade e confiabilidade.
A inovação no contexto laboral está comumente associada aos conceitos de intraempreendedorismo ou do empreendedorismo corporativo (Kang et al., 2021). Para Hisrich et al. (2020), os preditores do intraempreendedorismo – inovação enquanto comportamento no trabalho – se traduzem no desejo em assumir responsabilidades, demonstrar expressão individual e obter liberdade no ambiente organizacional. Tais indivíduos acreditam que podem desenvolver atividades de forma diferente e melhor, e, portanto, utilizam de seus talentos para alcançar maior nível de produtividade, comprometimento e excelência.
O estudo se delineou em formato teórico-empírico, de caráter exploratório na maneira de conduzir a pesquisa e abordagem quantitativa no modo de análise. Participaram do estudo 621 pessoas, que responderam a versão inicial da Escala de Potencial à Inovação (EPI) e um questionário sociodemográfico. Por meio do executável Factor v10.10.03, realizou-se a Análise Fatorial Exploratória, utilizando-se a Análise Paralela (Timmerman & Lorenzo-Seva, 2011). Para a análise da confiabilidade, foram calculados o alfa de Cronbach (α), a Confiabilidade Composta (CC) e o ômega de McDonald (ω).
A estrutura fatorial da EPI se estabeleceu em um modelo unifatorial, intitulado como “Potencial à Inovação no Contexto do Trabalho”, representando características individuais que qualificam alguém potencialmente inovador, destacando-se atributos como criatividade, proatividade, bricolagem e interesse por tecnologias e criar/desenvolver coisas novas. Os Coeficientes de Unidimensionalidade ressaltam a solução fatorial. Em relação à confiabilidade do fator, os índices se mostraram satisfatórios (α=0,91; CC=0,92; ω=0,91), bem como o H-index apontou que o fator único é replicável (H=0,94).
Os resultados sugerem que o potencial à inovação é um constructo comportamental unidimensional. Souza et al. (2016) também apresentam a inovação como fator de dimensão única. Tal unidimensionalidade indica, sobretudo, que características individuais como criatividade, tecnologia, imaginação, originalidade, exclusividade e desejo de criar coisas aparecem em indivíduos em comum: inovadores ou potencialmente inovadores. Uma vez que essas características tendem a ser comuns também entre empreendedores, é possível que outras características empreendedoras possam ser encontradas nesses indivíduos.
Carayannis, E. G. (Ed.). (2020). Encyclopedia of creativity, invention, innovation and entrepreneurship. Cham: Springer International Publishing. Edwards-Schachter, M. (2018). The nature and variety of innovation. International Journal of Innovation Studies, 2(2), 65-79. Hisrich, R. D., Peters, M. P., & Shepherd, D. A. (2020). Entrepreneurship. (11a ed.). Dubuque, IA: McGraw-Hill Education. Timmerman, M. E., & Lorenzo-Seva, U. (2011). Dimensionality assessment of ordered polytomous items with Parallel Analysis. Psychological Methods, 16, 209-220.