Resumo

O fator psicológico, ocasionado pelo isolamento social advindo das restrições impostas pelos entes governamentais para conter o avanço do vírus (Ullah & Amin, 2020), afetaram diretamente o processo de ensino. Desta forma, a coação das instituições de ensino aos alunos em definir estratégias de aprendizado durante circunstâncias remotas, pode originar maiores dificuldades do que o normal à procura de ser autodirigido (Carter, 2020). Nesse cenário as estratégias de aprendizagem autorregulada surgem como facilitadora no processo de ensino e aprendizagem.

Diante do exposto, o presente estudo busca responder o seguinte problema de pesquisa: Quais as estratégias de aprendizagem autorregulada utilizadas por discentes de Ciências Contábeis, durante a pandemia da Covid-19, no ensino remoto? Assim, o presente estudo tem por objetivo investigar as estratégias de aprendizagem autorregulada utilizadas por discentes de Ciências Contábeis no ensino remoto durante a pandemia da Covid-19.

A teoria de base do estudo foi a autorregulação da aprendizagem desenvolvida por Zimmerman (1990), o autor destaca que um aluno autorregulado desenvolve tarefas com confiança, diligência e desenvoltura. Assim, o precursor da teoria explica que os alunos autorregulados estão cientes do que aprendem e como aprendem independente das circunstâncias. O ambiente de ensino remoto tem sido fundamental para a afirmação da autorregulação, dado que essa exige maior responsabilidade do aluno no processo da construção de conhecimento (Rodrigues, 2017).

Foi adotado um survey, com um questionário dividido em três blocos, o primeiro, com sete questões para captar o perfil dos acadêmicos, o segundo, refere-se às dez estratégias de autorregulação proposta por Zimmerman e Pons (1986), por fim, quatro perguntas abertas analisando as vantagens e desvantagens do ensino remoto. O instrumento de coleta foi compartilhado pelo google forms com os discentes de Ciências de Contábeis, com uma amostra final de 80 respondentes. Como técnica de análise, adotou-se a estatística descritiva e a codificação aberta para a análise de conteúdo.

Em síntese, os principais resultados evidenciam que quando os discentes fizeram o uso de estratégias de aprendizagem autorregulada, houve uma maior autonomia na aprendizagem. Logo, a iniciativa de estudar de forma autorregulada foi o ponto central para manter o processo de ensino de forma efetiva durante o período de aulas remotas

Quanto às vantagens do ensino remoto no período de pandemia e a autorregulação, os discentes destacaram a possibilidade do acesso as aulas gravadas (servindo como reforço do ensino-aprendizagem), melhor momento para responderem as avaliações, a não necessidade de deslocar-se até a universidade. Percebe-se que houve uma maior autonomia na aprendizagem, onde estes utilizam-se de várias estratégias de autorregulação para promover o aprendizado.

Carter Jr, R. A., Rice, M., Yang, S., & Jackson, H. A. (2020). Self-regulated learning in online learning environments: strategies for remote learning. Information and Learning Sciences. Zimmerman, B. J. (1990). Self-regulated learning and academic achievement: An overview. Educational psychologist, 25(1), 3-17. Sallaberry, J. D., dos Santos, E. A., Bagatoli, G. C., Lima, P. C. M., & Bittencourt, B. R. (2020). Desafios docentes em tempos de isolamento social: estudo com professores do curso de Ciências Contábeis. Revista Docência do Ensino Superior, 10, 1-22.