Contexto de trabalho
Saúde mental
Funcionários prisionais
Área
Gestão de Pessoas
Tema
Bem-estar e Mal-estar no trabalho
Autores
Nome
1 - Juliana Carvalho de Sousa UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ (UFPI) - Floriano
2 - Agostinha Mafalda Barra de Oliveira UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO (UFERSA) - Departamento de Ciências Sociais Aplicadas
3 - Aline Francilurdes Nery do Vale UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO (UFERSA) - Mossoró/RN
4 - Pablo Marlon Medeiros da Silva UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO (UFERSA) - Mossoró
Reumo
O mundo do trabalho sofreu transformações, e teorias organizacionais preconizadas pelo taylorismo vem sofrendo críticas severas quanto à negligência da saúde dos trabalhadores em prol de elevados níveis de produtividade (Dejours, 1992). Nesse contexto, o trabalho desenvolvido nas penitenciárias brasileiras pode ser considerado como fonte geradora de risco e estresse, não só pela rigidez da organização, mas também pelo enfrentamento a uma série de agentes nocivos a sua saúde física e mental (Lima et al., 2019).
Tal questão orienta a seguinte questão de pesquisa: como o contexto de trabalho afeta questões de saúde mental de profissionais de diferentes carreiras em uma unidade prisional? Assim, o objetivo deste artigo consiste em compreender como o contexto de trabalho afeta questões de saúde mental em profissionais de uma unidade prisional federal situada no interior do Nordeste brasileiro.
Dejours (1992) argumenta que o trabalho evoca prazer e sofrimento ao levar em consideração o envolvimento de aspectos físicos e mentais. Assim sendo, o trabalho pode ser encarado como um grande condutor da função psíquica dos indivíduos, uma vez que auxilia na construção da identidade e da subjetividade. Estas, por sua vez, consideradas a base da vida cotidiana, permitem ao indivíduo conhecer suas emoções, e, com isso, aflorar suas virtudes (Santos & Menta, 2016).
Realizou-se entrevistas semiestruturadas com 15 servidores federais que exercem atividades gerenciais.
Para a análise, utilizou-se o discurso do sujeito coletivo.
Os resultados evidenciaram a importância de treinamentos gerenciais em relação às tarefas desenvolvidas. Quanto às condições físicas e estruturais inerentes ao trabalho, o contato com presos potencializa a insatisfação e geração de sofrimento psíquico. No que diz respeito às normas e procedimentos, é necessário o desenvolvimento de congruência, adequação e pertinência, bem como maior investimento em melhorias nas informações e comunicação interna.
Dejours, C. (1992). A loucura do Trabalho: estudo de psicopatologia do trabalho. Cortez- Oboré.
Lima, A. I. O., Dimenstein, M., Figueiró, R., Leite, J., & Dantas, C. (2019). Prevalência de transtornos mentais comuns e uso de álcool e drogas entre agentes penitenciários. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 35, e3555. https://doi.org/10.1590/0102.3772e3555
Santos, A. C., & Menta, S. A. (2016). Refletindo a interface entre trabalho rural e saúde mental dos trabalhadores da citricultura. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, 24(4), 765-775. https://doi.org/10.4322/0104-4931.ctoAO0718