Resumo

Os séculos se passaram, a tirania continua a fazer parte das vidas de todos os seres humanos (ABBAGNANO, 2007), inclusive nas organizações (McKENDALL, 1993; ASHFORTH, 1994, 1997; MA; KARRI; CHITTIPEDDI, 2004; WHITE; HOFFRAGE, 2009; THOMPSON; LOVELAND; LOVELAN, 2019). Nesta década, alguns dados remetem à possibilidade dos interesses de algumas organizações e líderes estão sobrepondo ao do coletivo. Alguns exemplos no Brasil: i) o desastre de Brumadinho (após de trinta e oito meses do de Mariana), ii) muitas empresas tiveram o lucro maior que o PIB (OLIVEIRA, 2019), o iii) aumento da taxa de desemprego foi acompanhada com o aumento de pessoas vivendo do trabalho precário (ANTUNES, 2019), antes da pandemia covid 19, iv) no início da pandemia os maiores bancos no Brasil declararam que não iriam demitir os empregados, porém, nos meses de agosto e setembro de 2020 eles demitiram mais de 1.400 empregados (HARDT, 2020) e v) presidente de uma instituição financeira foi acusado de assédio no mês de junho de 2022 (TURTELLI, 2022). A falta de um conceito para explicar a tirania nas organizações pode estar contribuindo para o uso incorreto em algumas pesquisas visto as que trouxeram a palavra apenas no título e, em especial, a falta de pesquisa pode estar contribuindo com a perpetuação da tirania, e pôr fim, a promoção ao respeito à dignidade da pessoa humana poderá ser um caminho. O objetivo desta pesquisa é propor um conceito para tirania organizacional a partir dos conceitos petty tyranny e managerial tyranny com base na metodologia da teoria das facetas e expandir para o ambiente externo com perspectivas semelhantes da escala dignidade organizacional.