Deslistagem volungária
Fechamento de capital
Regressão logística
Área
Finanças
Tema
Estrutura de Capital, Dividendos e Fusões e Aquisições
Autores
Nome
1 - TAIS CRISTINA TOMAZ REIS JUNQUEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - Faculdade Ciências Contábeis
2 - Denize Lemos Duarte UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - Faculdade de Gestão e Negócios
3 - Lisia de Melo Queiroz UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - FACULDADE DE CIENCIAS CONTABEIS (FACIC)
Reumo
Assim como abrir seu capital, o fenômeno inverso também gera especulações no mercado financeiro. Este artigo se propôs a analisar os possíveis fatores determinantes no processo de deslistagem voluntária de empresas de capital aberto listadas na Brasil, Bolsa, Balcão (B3). Sendo o Brasil, um país com uma economia emergente, justifica-se constatar quais os fatores que levam as companhias a fecharem o seu capital para, adiante, criar soluções para esse cenário.
O problema de pesquisa deste estudo: quais os principais determinantes que levam companhias a fecharem seu capital de forma voluntária? A fim de responder à questão de pesquisa proposta, o objetivo geral deste estudo é identificar os determinantes que contribuíram para as empresas realizarem a deslistagem voluntária.
Este estudo também visa contribuir com a literatura, investigando e acrescentando novos fatores a fim de melhor compreender e analisar a deslistagem voluntária.
Jensen e Meckling (1976) foram os pioneiros a estudar os problemas de agência, que advém quando uma ou mais pessoas (o principal) contratam outra pessoa (o agente) e delega autoridade e o poder na tomada de decisões ao agente. Padilha (2014) relaciona os problemas de agência com uma maior possibilidade de a empresa fechar seu capital, ou seja, se deslistar. Investigar e explorar as causas que levam as companhias a decidirem fechar o capital é importante para o país, uma vez que há uma relação entre o desenvolvimento do mercado financeiro e um maior desenvolvimento econômico (CARVALHO, 2002).
Esta pesquisa relacionou um conjunto de variáveis coletadas junto a dados secundários disponíveis na base de dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), da B3 e da plataforma Economática. A amostra compreende 74 empresas não financeiras que cancelaram seu registro voluntariamente, no período de 2015 a agosto de 2021. Para a análise, foram realizadas Regressões Logit utilizando três modelos distintos: (i) as variáveis no mesmo tempo t da variável dependente (probabilidade de fechamento de capital): (ii) variáveis defasadas em 1 ano (t-1) e (iii) variáveis defasadas em 2 anos (t-2).
Os resultados demonstraram que o EBITDA, no tempo presente t e o crescimento das vendas (CVEND) e o tamanho da firma (LNTAM) se mostraram estatisticamente significantes, sendo assim, capazes de explicar o evento da deslistagem voluntária. O sinal positivo do EBITDA e do CVEND indica que apesar de um aumento do lucro no ano da deslistagem, ou de um crescimento das vendas não foram capazes de evitar o cancelamento voluntário das companhias. O sinal negativo do LNTAM representa que a associação é significativa inversa, ou seja, sugere que empresas menores têm maior chance de fechar o capital.
Conclui-se que o EBITDA, apenas no momento t, em que a empresa se deslistou e as variáveis crescimento das vendas (CVEND) e o tamanho (LNTAM), tanto para o período sem defasagem (t), quanto para os períodos defasados em um ano (t-1) e em dois anos (t-2) se mostraram estatisticamente significantes, sendo, para esta pesquisa, os fatores e/ou determinantes que levaram as companhias a se deslistarem voluntariamente, que foram identificados.
CARVALHO, Antônio Gledson. Desenvolvimento financeiro e crescimento econômico. Revista Econômica do Nordeste, v. 33, n. 4, p. 694-715, 2002.
JENSEN, M. C.; MECKLING, W. H. Theory of the firm: managerial behavior, agency costs and ownership structure, Journal of Financial Economics, v.3, n.4, p.305-360, 1976
PADILHA, M. T. C. Por que as empresas fecham o capital no Brasil? Dissertação (Mestrado em Administração de Empresas) - Fundação Getúlio Vargas, São Paulo, 2014.