1 - Lourença Marques de Rezende INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MINAS GERAIS (IFMG) - Campus Bambuí
2 - Myriam Angélica Dornelas INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MINAS GERAIS (IFMG) - Bambuí
3 - Cíntia Siqueira Araújo Soares UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - CEPCON
Reumo
A desigualdade de gênero no mercado de trabalho ainda é considerada um desafio. Pode-se destacar que o tema é de extrema importância no cenário atual, tendo em vista que as mulheres buscam a emancipação no mercado de trabalho e uma remuneração igualitária em relação ao homem. Dados recentes apontam que anterior a pandemia, as mulheres já possuíam uma maior chance de mudar da situação de ocupada para inativa, como também uma menor chance de entrar na condição de ocupada; com a crise ocasionada pela pandemia estas probabilidades se intensificaram.
O estudo se norteou pelo seguinte problema de pesquisa: “Como se configuram as relações de gênero entre alunos do Curso de Bacharelado em Administração de uma instituição federal de ensino de Minas Geraus, que já estão inseridos no mercado de trabalho?”.
Diante deste contexto, o objetivo deste artigo é analisar as relações de gênero no mercado de trabalho e identificar possíveis desigualdades entre estudantes do Curso de Bacharelado em Administração de uma instituição federal de ensino de Minas Gerais já inseridos no mercado de trabalho
A mulher passou por várias fases, conflitos e uma realidade de submissão e desprestígio para conquistar seu espaço no mercado de trabalho, dominado pela supremacia masculina. Ao longo do tempo, a mulher vem pleiteando sua inclusão no mercado de trabalho, sendo que muito já foi alcançado, mas ainda há muitos direitos a serem conquistados (LEMOS; LOPES; OLIVEIRA, 2013).
Araújo e Ribeiro (2002) alegam que a desigualdade no mercado de trabalho afeta as distinções salariais, indicando que indivíduos que produzem de modo igual são avaliados por atributos não produtivos.
A presente pesquisa pode ser classificada como qualitativa, descritiva, realizada por meio de um estudo de caso. Como instrumento para coleta de dados, utilizou-se um questionário semiestruturado com o intuito de obter informações e percepções dos estudantes em seu local de trabalho, além de averiguar possíveis desigualdades com relação à mulher no mercado de trabalho. O questionário foi composto por 21 questões sobre perfil, havendo, também, questões fechadas e abertas. A pesquisa foi realizada com alunos de ambos os sexos, do 1º ao 8º período do curso.
Foi observado que o fato de as mulheres serem casadas e com filhos pode influenciar em sua contratação para uma vaga. As mulheres são mais sobrecarregadas em serviços domésticos e/ ou familiares que os homens. Quanto ao cargo de liderança e salários, os homens saem na frente, sendo que as mulheres ainda têm dificuldade de chegar a patamares hoje exercidos pelos homens. Além disso, quando elas estão em cargos de gerência e liderança, a diferença ainda é maior, e, infelizmente, há maior concentração feminina em setores com remuneração mais baixa.
Notam-se ainda desigualdades e preconceitos com relação às mulheres em cargos de liderança. A mulher ainda é vista como “sexo frágil”, e, apesar de possuir um perfil profissional de maior qualificação, a diferença salarial encontra-se presente. Analisando a percepção dos pesquisados com relação ao gênero no mercado de trabalho, chegou-se à conclusão de que a maioria já se deparou com vagas que desejavam pessoas do sexo masculino e pessoas do sexo feminino. No entanto, em uma comparação quando a exigência é por apenas homens ou mulheres, alguns respondentes já se depararam com a situação
CAPELLE, M. C. A.; MELO, M. C. O.; Mulheres policiais, relações de poder e de gênero na polícia militar de Minas Gerais. Revista de Administração Mackenzie, São Paulo, v. 11, n. 3, p. 71-99, jan./fev. 2010.
UHR, D. A.; FRIO, G. S.; ZIBETTI, A.; UHR, J. G. Z. Um estudo sobre a discriminação salarial no mercado de trabalho dos administradores do Brasil. Revista de Economia e Administração, São Paulo, v. 13, n. 2, p. 194-213, abr./jun. 2014.