Resumo

Título do Artigo

COVID-19 E TURISMO: UMA ANÁLISE DAS TRANSFORMAÇÕES NAS ESTRATÉGIAS E ESTRUTURAS EM EMPRESAS DE TURISMO DE LAZER NO BRASIL EM DECORRÊNCIA DA CRISE DO NOVO CORONAVÍRUS
Abrir Arquivo
Ver apresentação do trabalho
Assistir a sessão completa

Palavras Chave

COVID-19
Teoria Contingencial
Turismo

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Comportamento Organizacional

Autores

Nome
1 - Marcela Resende Oliveira dos Santos
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS (PUC MINAS) - Programa de Pós Graduação em Administ - Coração Eucarístico
2 - Guilherme Augusto Babo Torres
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS (PUC MINAS) - Programa de Pós Graduação em Administ - PPGA Coração Eucarístico

Reumo

O presente artigo tem como objetivo central avaliar os impactos e as transformações nas estratégias e nas estruturas organizacionais em agências de turismo de lazer no Brasil em função da pandemia da COVID-19, sob uma ótica da Teoria Contingencial, uma vez que este foi um dos setores mais afetados pelas restrições da pandemia. Foram analisados dados do Sebrae de 2020 com informações sobre o setor, bem como realizado um questionário semi-estruturado, através de perguntas abertas e fechadas, com 10 empresas.
O turismo é uma atividade econômica importante e, ao mesmo tempo, muito vulnerável a crises externas, especialmente que envolvem restrições de circulação de pessoas, como a COVID-19. Com isto, busca-se: (1) compreender se foram identificados impactos e transformações em empresas de turismo de lazer no Brasil em função da COVID-19, (2) compreender as principais estratégias adotadas para minimizar e/ou maximizar os impactos e (3) apresentar possíveis comparações e ou vieses comuns, analisando as estruturas de funções e hierarquia, inovação tecnológica; dimensionamento da equipe e comunicação.
A Teoria da Contingência sustenta que deve haver adequação entre cada contingência e um ou mais aspectos da estrutura organizacional, onde a adequação afeta positivamente o desempenho e a inadequação negativamente, ou seja, se uma organização inicialmente "adequada" tem sua contingência alterada, esta torna-se "inadequada", sofrendo um declínio no desempenho, levando à adoção de uma nova estrutura, de modo que a adequação é readquirida e o desempenho restaurado (Donaldson, 1999). 95% das empresas se movem da "inadequação" para a "adequação" por meio de adaptações estruturais e estratégicas.
O método de pesquisa utilizado foi o qualitativo-quantitativo, através da triangulação de dados, onde foi realizado uma pesquisa bibliográfica através de artigos, da consulta de sites relacionados ao setor de turismo e relacionados à informações sobre a COVID-19, além da análise dos dados dos relatórios do Sebrae (2020). Além disto, foi realizado um questionário semi-estruturado, contendo 18 perguntas abertas e 15 fechadas e enviado à 10 empresas. Optou-se pelo conceito de saturação da amostra, onde, para esta pesquisa, esta pesquisa foi definido N sendo igual a 10 respondentes.
Segundo dados do Governo Federal (2021), o setor de turismo no Brasil fechou o ano de 2021 com um faturamento de R$ 152,4 bilhões (2% do PIB) e desde o momento em que a OMS anunciou estado de pandemia, as empresas de setor de turismo sofreram com uma queda em março de 2020 de 88% no seu faturamento, em comparação com o período pré pandemia. 75% das empresas respondentes precisaram de realizar mudanças em sua forma de operação, com um aumento em 90% no uso de aplicativos como forma de comunicação interna e com os clientes, bem como um aumento no uso de canais online como forma de venda.
As respostas obtidas através do questionário semi-estruturado confirmaram os dados apresentados pelos relatórios do Sebrae. A maioria das empresas de turismo de lazer brasileiras entrevistadas para este artigo apresentaram a necessidade de readequação do quadro de funcionários, de sua estrutura organizacional e hierárquica, das ferramentas de comunicação com os funcionários e clientes, bem como a necessidade de readequação de seu portfólio de produtos, reforçando a Teoria Contingencial que reforça que o ambiente define a estrutura organizacional, como forma de adequação ao mesmo.
* DONALDSON, L. Teoria da Contingência Estrutural. In: CALDAS, M.; FACHIN, R.; FISCHER, T. (orgs.) Handbook de Estudos Organizacionais. São Paulo, Atlas, 1999, pp. 105-133. * GUERREIRO, A. C., Vilela, G. (2020) Os impactos do Coronavírus nos pequenos negócios de turismo no Brasil: uma análise a partir dos dados do Sebrae. Revista de Turismo em Análise - RTA. ISSN:1984-4867. * SEBRAE (2020). O Impacto da pandemia de coronavírus nos Pequenos Negócios – 1ª edição à 13ª edição. www.datasebrae.com.br/covid/. Acessado entre abril e maio de 2022.