Aprendizagem intergeracional reversa
Gerações no local de trabalho
Barreiras para aprendizagem intergeracional revers
Área
Estudos Organizacionais
Tema
Aprendizagem nas Organizações
Autores
Nome
1 - Janine Silva Nascimento Cunha UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE (MACKENZIE) - Higienópolis
Reumo
Os estudos de aprendizagem intergeracional (AIG) é um fenômeno relativamente recente, especialmente no âmbito do ambiente organizacional (GERPOTT; WILLENBROCK; VOELPEL, 2017b). Alguns estudos propõem que as gerações mais jovens podem ensinar aos seus colegas mais velhos novas tendências, habilidades tecnológicas e conhecimentos especializados sobre cursos recém-concluídos (BAILY, 2009; CHEN, 2013), denominado como AIG reversa (BAILY, 2009). O processo é considerado mutuamente benéfico, pois o jovem é capaz de aprender estratégias e conhecimentos de negócios com os mais experientes.
Dada a pouca ocorrência de estudos publicados nas bases de dados nacionais, especialmente sobre a AIG-rev, o objetivo desta pesquisa foi compreender a aprendizagem intergeracional reversa (AIG-rev) no ambiente de trabalho com profissionais acima dos 50 anos de idade. A pesquisa buscou compreender o que os profissionais mais velhos aprendem com seus colegas de trabalho mais jovens? E quais as barreiras/dificuldades em aprender com os colegas de trabalho mais jovens?
A AIG no campo da sociologia e educação foi inicialmente entendida como um processo “unidirecional”, como no caso da família extensa, cujo conhecimento é transferido das gerações mais velhas para as mais novas (GERPOTT et al., 2017a).Gradativamente os estudos têm defendido a aprendizagem intergeracional bidirecional ou recíproca, ou seja, não apenas a forma tradicional do mais velhos ensinando os mais jovens, mas considerando que as gerações mais jovens também podem ensinar aos seus colegas mais velhos. As barreiras para AIG foram apresentadas em um estudo qualitativo desenvolvido na Turquia.
Este estudo adota uma abordagem qualitativa. Essas investigações foram realizadas a partir de entrevistas, em forma de bate papo, para que os participantes fossem estimulado a relatar suas vivências, aprendizados e dificuldades em trabalhar com jovens abaixo dos 30 anos de idade. Foram realizadas 6 entrevistas com servidores técnicos administrativos de uma instituição de ensino federal. Os participantes da pesquisa tinham idades acima de 50 anos e trabalhavam com pessoas mais jovens (abaixo dos 30 anos). As entrevistas foram gravadas (com autorização), transcritas, categorizadas e analisadas.
Os resultados das seis entrevistas identificaram três grandes dimensões para aprendizagem intergeracional reversa, são elas: os facilitadores do aprendizado com os jovens - trabalho em equipe, incentivo a aprendizagem pela instituição, estímulo dos gestores e abertura para aprender; aprendizado com os jovens - tecnologia e uso das ferramentas de trabalho, motivação para buscar conhecimento, reconhecimento pelo trabalho executado, lidar com os mais jovens, questões relacionadas a diversidade de gênero e dinâmica descontraída; e as barreiras para aprendizagem intergeracional reversa.
Conforme os resultados, é possível considerar que o objetivo proposto neste trabalho e suas questões de pesquisas foram atendidas com o entendimento dos facilitadores, o que aprende e das barreiras para a AIG-rev. As principais limitações desta pesquisa são quanto a amostra pequena, composta pela maioria do sexo feminino e obtido pelo método bola de neve, onde um entrevistado convidava/indicava outro. Portanto, é possível ter uma amostra com visão parecida, o que não torna possível generalizar os resultados para uma população específica.
BAILY, C. Reverse intergenerational learning: A missed opportunity? AI & Society, v.23, p. 111–115., 2009. GERPOTT, F. H.; LEHMANN-WILLENBROCK, N.; VOELPEL, S. C. A phase model of intergenerational learning in organizations. Academy of Management Learning & Education, v. 16, n. 2, p. 193-216, 2017a. POLAT, S.; YILMAZ, Y. Barriers to intergenerational learning: a case of a workplace in Turkey. Leadership & Organization Development Journal, v. 41, n. 3, p. 431-447, 2020. ROPES, D. Intergenerational learning in organisations: a research framework. In: Cedefop (ed.). Working and ageing: guidance a