Governo Eletrônico, TICs para Desenvolvimento, Cidades Inteligentes, Governo Aberto, Blockchain no Setor Público
Autores
Nome
1 - Anderson Ribeiro de Freitas UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - EACH
2 - Ergon Cugler de Moraes Silva ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO (FGV-EAESP) - EAESP
3 - José Carlos Vaz UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - EACH - Escola de Artes, Ciências e Humanidades
Reumo
Os estudos sobre desinformação e fake news (notícias falsas) avançaram após as eleições de Donald Trump nos Estados Unidos da América (2016), além do Brexit no Reino Unido (com referendo em 2016) e, no caso do Brasil, com a eleição de Jair Messias Bolsonaro à presidência (2018) (Recuero, 2019; Escossia, 2019). Em se tratando dos desafios tecnológicos ressaltados como instrumentos no debate sobre desinformação e notícias falsas, busca-se discutir as potenciais possibilidades e desafios para o uso de blockchain em estratégia do Estado de combate a desinformação..
Considerando o papel da desinformação em processos políticos e na agenda pública, este trabalho se propõe a investigar as possibilidade de aplicação tecnológica na Gestão Pública, respondendo à pergunta: “como a tecnologia blockchain pode contribuir no combate às fake news e à desinformação?”, partindo da premissa de que fake news e desinformação são um problema público no qual o Estado é um ator relevante.
Diversos estudos apontam para o uso das tecnologias blockchain como instrumentos para ação estatal e para a solução de problemas de natureza pública (Freitas & Vaz, 2022; Hang, 2016; Alketbi. et al, 2019). Outros autores destacam o impacto crescente da desinformação na gestão pública (Castro & Ribeiro, 1997; Francisco, 2004; Wardle, 2016; Tandoc, Lim & Ling, 2017). A partir da proposta de sistematização apresentada por Silva (2018), este trabalho adota uma revisão sistemática integrativa, que possibilite explorar pontos em comum nos estudos acerca da blockchain e fake news.
Foi identificado, na literatura analisada, um padrão de proposição de redes blockchain, que se baseia em duas necessidades distintas. A primeira necessidade é a de validar, ou seja, analisar os grupos de informações. A segunda necessidade é a de rastrear as notícias, possibilitando que sejam identificados focos de produção e propagação de Fake News.
Percebeu-se que há uma correlação entre capacidade de validação e legitimidade do processo de estabelecimento de parâmetros. Quando a rede tem capacidade total de compreender os dados fornecidos e validá-los de acordo com o parâmetro determinado, há a necessidade de legitimação do caminho empregado para se formar tal juízo, em outras palavras, transparência algorítmica para se entender como se chegou em tal definição.
ALKETBI. a. NASIR; et al, "Blockchain for government services — Use cases, security benefits and challenges," 2018 15th Learning and Technology Conference (L&T), 2018, pp. 112-119. Disponível em: https://doi.org/10.1109/LT.2018.8368494. Acesso em: 25 jun. 2022.
DARNTON, Robert. A verdadeira história das notícias falsas: séculos antes das redes sociais, os boatos e as mentiras alimentavam pasquins e gazetas na Europa. El País Brasil, [S.l.]. Brasil. 2017. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2017/04/28/cultura/1493389536_863123.html. Acesso em: 25 jun. 2022.