Resumo

Título do Artigo

INOVAÇÃO PREDIZ RESILIÊNCIA REGIONAL? UM CASO DE REGIÕES BRASILEIRAS
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Palavras Chave

resiliência regional
inovação
choque

Área

Gestão da Inovação

Tema

Redes, Ecossistemas e Ambientes de Inovação

Autores

Nome
1 - LUIZ FERNANDO CAMARA VIANA
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIENCIA E TECNOLOGIA DE BRASILIA (IFB) - Gama
2 - Valmir Emil Hoffmann
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA (UFSC) - PPGC, PPGCG

Reumo

Fomentar a capacidade regional de lidar com efeitos negativos de choques econômicos tem sido o objetivo de diferentes organizações de matizes diversos. Para desenvolvê-la, um desafio dos gestores é compreender como e porque algumas regiões são resilientes, entendimento que pode proporcionar respostas mais eficazes, considerando distintos contextos e choques. Entre as possíveis fontes de resiliência regional, pode-se citar a inovação, concebida como propulsora de desenvolvimento.
Todavia, a compreensão da inovação como fonte de resiliência regional é limitada. O que se sabe sobre essa relação, no curto prazo, advém majoritariamente de estudos sobre a crise de 2008-2010 em nações desenvolvidas. Há a necessidade de investigar países não considerados líderes em inovação (Calignano & De Siena, 2020). Assim, mesmo nesses cenários, pode haver associação positiva entre inovação e resiliência regional? Para preencher essa lacuna, este artigo tem por objetivo verificar a relação entre inovação e resiliência econômica regional, em um país emergente.
O artigo foi baseado em uma crescente vertente teórica-empírica sobre o porquê de algumas regiões serem mais resilientes que outras, com alguns estudos revelando associação positiva entre resiliência regional e inovação, ou capacidade de inovar (e.g. Filippetti et al., 2020; Pinto et al., 2019). O argumento é que as capacidades que possibilitam a inovação sejam cruciais para a resposta em períodos de choque (Filippetti et al., 2020). A partir desse entendimento, foram formuladas hipóteses a serem testadas.
Foram utilizados dados secundários dos 101 municípios mais populosos do Brasil. Como variável dependente, foi calculado um índice de resiliência, possibilitando determinar o desempenho de cada região em relação à economia nacional. Como variáveis independentes, foram utilizadas proxies de inovação, como patentes, propriedade intelectual, e emprego em ciência e tecnologia; e da capacidade de inovar, incluindo distância portuária, empresas exportadoras, capital humano, infraestrutura tecnológica e carga tributária. Os dados foram analisados com estatística descritiva e regressão logística.
Dos municípios amostrados, 38 foram classificados como resistentes e 63 como não resistentes. A análise indicou que a inovação não atuou como variável de distinção entre classes. O modelo final foi composto pelo intercepto e por quatro preditores: acesso à internet rápida, existência de parque tecnológico, carga tributária (variável com transformação inversa) e distância portuária. Os coeficientes e o odds ratio indicam que as duas primeiras variáveis estão negativamente associadas à resistência, enquanto as demais possuem ligação positiva.
O artigo indica o peso de uma menor carga tributária como fonte de resiliência econômica regional. Adicionalmente, regiões marcadas pela proximidade com portos, por acesso à internet rápida e por parques tecnológicos tiveram maior probabilidade de serem relativamente menos resilientes, o que se mostra contraintuitivo. Ainda, uma perspectiva evolutiva aponta para uma relação positiva entre inovação pré-crise e desempenho (Bristow & Healy, 2018). Todavia, a inovação não atuou como variável de distinção das regiões, sugerindo não se tratar de uma condição suficiente para a resiliência regional.
Bristow, G., & Healy, A. (2018). Innovation and regional economic resilience: an exploratory analysis. Annals of Regional Science, 60(2), 265–284. https://doi.org/10.1007/s00168-017-0841-6 Calignano, G., & De Siena, L. (2020). Does innovation drive economic resistance? Not in Italy, at least! Rivista Geografica Italiana, 3, 31–49. https://doi.org/10.3280/RGI2020-003002 Filippetti, A., Gkotsis, P., Vezzani, A., & Zinilli, A. (2020). Are innovative regions more resilient? Evidence from Europe in 2008–2016. Economia Politica, 37(3), 807–832. https://doi.org/10.1007/s40888-020-00195-4