FRAMEWORKS, COMPETÊNCIAS E AVALIAÇÃO: AS DIFERENTES PERSPECTIVAS CONCEITUAIS E OS DESAFIOS PARA O ESTABELECIMENTO DE COMPETÊNCIAS NECESSÁRIAS PARA O GESTOR DE SAÚDE
Competências Gestão de Saúde
Gestão de Saúde
Gestão por Competências
Área
Gestão de Pessoas
Tema
Políticas, Modelos e Práticas de Gestão de Pessoas
Autores
Nome
1 - João Paulo Bittencourt Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE) - Graduação em Administração
2 - Dannielle Fernandes Godoi Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE) - Centro de Ensino e Pesquisa
3 - MONICA SABINO HASNER Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE) - Área de Gestão - Paulista
4 - Nicole Riedel Lobo Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE) - Centro de Ensino e Pesquisa
5 - Flávia Angeli Ghisi Nielsen Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE) - Paulista 2
Reumo
Gestão de saúde enseja capacidades específicas do setor. Há conjuntos de competências fundamentais para o exercício da gestão em saúde que variam entre os diferentes papéis desempenhados. Ao longo do tempo, foram propostos domínios e competências que pudessem contemplar os desafios dos gestores de saúde ao redor do mundo, tais como: NCHL (Calhoun et al., 2008), HLA (Stefl, 2008), UK’s LA (NHS, 2019), IHF (2015) e o MCAP (Howard et al, 2018). Esses projetos focam predominantemente em países do norte e apresentam desafios de implementação em realidades distintas.
O presente estudo traz como proposta analisar as diferentes perspectivas conceituais e os desafios para o estabelecimento de competências necessárias para o gestor de saúde. Para o alcance de tal objetivo, foi realizado um ensaio a respeito do tema, compreendendo o olhar das competências e, posteriormente, a sua transposição para o setor de saúde. Em seguida, foi realizada uma discussão, endereçando os principais desafios identificados e levantando aspectos considerados relevantes para a evolução do debate.
As competências são originárias de diversas áreas, como a educação, o mercado de trabalho e o RH (Van Loo & Semeijn, 2004). Além disso, sua concepção varia de forma significativa. Destacam-se duas linhas: a americana (McClelland,1973; Boyatzis,1982) e a europeia (Le Boterf, 2003; Zarifian, 2001). A abordagem brasileira se desenvolveu inspirada a partir dessas visões (Fleury & Fleury, 2001; Dutra, 2004). As competências de gestão de saúde de forma geral se inspiram a abordagem americana de competências (Howard et al, 2018) e pouco trazem de aspectos contextuais.
Não existe linearidade de uso do termo competência nos estudos feitos no setor de saúde, que por conta de suas particularidades, necessita ir além da visão de competência como conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes (Kakemam et al, 2020). Há ainda uma visão de capacidades e comportamentos (Sokolov et al, 2019), que pouco adiciona conceitualmente. A maior parte dos frameworks é focada em conhecimentos, habilidades e atitudes (MCAP; NCHL; HLA; IHF, ACHE, ACHSM) e alguns têm foco na proposição de competências, enquanto outros focam em sua avaliação e têm objetivo de chamar para a ação.
As ciências de gestão de saúde ainda estão em fase inicial e o artigo buscou contribuir para a reflexão sobre o estabelecimento de competências necessárias para o gestor de saúde. Foram encontradas potencialidades nos frameworks estudados, tais como: melhor atuação de gestores de saúde, discussões pautadas em referenciais, partilha relevante, impacto e reflexão sobre a ação do gestor. Dentre os desafios, destacam-se a consistência conceitual frágil, o embasamento em poucas fontes, validação feita apenas por praticantes, a falta de contextualização e de mecanismos de atualização.
ACHE, 2022; Barsbay & Oktem, 2021; Berg-Cloete et al, 2020; Calhoun et al., 2002; Calhoun et al., 2008; Dias et al (2013); Dreyfus, H. & Dreyfus, S. (1986); Dreyfus S. (2004); Duarte et al, 2019; Dutra (2001; 2004); Fleury & Fleury (2001; 2004); Gilson & Agyepong, 2018; Howard et al, 2018; International Hospital Federation, 2015; Kakemam & Dargahi, 2019; Kivunja, 2018; Porter (2010); Sammut & Ngoye; Shewchuk et al, 2005; Stefl, 2008; Talbert-Slagle et al, 2021; Thanh et al, 2021; Vainieri et al, 2019; Van Loo & Semeijn (2004); White et al, 2006