Diversidade, Diferença e Inclusão nas Organizações
Autores
Nome
1 - Raquel Santos Soares Menezes UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA (UFV) - Campus Rio Paranaíba
2 - Amanda Elvira Resende Nunes Silva Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" - USP - USP-ESALQ
3 - Josiane Cotrim Macieira Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Sao Paulo
4 - Fernanda Junia Dornela UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA) - Lavras
5 - Francielih Dorneles Silva Universidade Federal de Catalão - UFCAT - Centro de Negócios e Gestão
Reumo
Existe um desequilíbrio de gênero no SAG do Café no Brasil, o que alija mulheres de uma maior e mais efetiva contribuição a este setor no país. Logo, diante desse contexto, e da importância de buscar alcançar a igualdade de gênero e de empoderar todas as mulheres e meninas - ODS 5 - para o Desenvolvimento Sustentável, é fundamental buscar compreender, inicialmente, quais aspectos resultam nesse desequilíbrio de gênero no SAG do café no país.
Acredita-se ser fundamental compreender, inicialmente, as principais razões que levam ao desequilíbrio de gênero no SAG do Café, no Brasil, sendo este o objetivo principal deste trabalho, que busca responder à seguinte questão de pesquisa: Quais motivos alimentam a desigualdade de gênero no sistema agroindustrial do café?
Quando se analisam os homens, a maior concentração está no setor da Agropecuária, enquanto as mulheres se concentram mais nos Serviços. Os dados possibilitam ainda analisar em quais culturas as mulheres estão mais envolvidas, na agropecuária, sendo a principal a hortifruticultura, com 18,79%, enquanto o café emprega 7,24% das mulheres na agropecuária (incluindo trabalhadoras com e sem carteira assinada, empregadoras e as que trabalham por conta própria) (CEPEA, 2018).
Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, cujo material empírico foi reunido por meio de painéis com especialistas institucionais e organizacionais da cafeicultura no Brasil. A análise do material foi realizada empregando a Análise de Conteúdo, com o auxílio do software IraMuTeq.
Tal análise aponta para o fato da temática gênero ainda ser pouco conhecida e debatida no referido SAG, o que reforça a originalidade e importância desta pesquisa. Além disso, permitiu interpretar que uma das principais razões que levam ao desequilíbrio de gênero no SAG café é a cultura predominante no entorno rural, ainda moldada pelo machismo estrutural
O desequilíbrio de gênero ainda é uma dor latente no sistema agroindustrial do café e, apesar do tamanho e da representatividade do Brasil na cafeicultura mundial, o país não costuma ser alvo de investimentos específicos com foco em gênero nesse setor. Combater essa invisibilidade depende de uma mobilização e abertura ao entendimento um olhar sob a perspectiva da “oportunidade” para uma cafeicultura mais diversa, inclusiva e sustentável, com uma maior participação de mulheres, e maior envolvimento desse público nas principais decisões que dizem respeito ao setor.
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária [EMBRAPA] (2021). Produção mundial de café robusta deve atingir 77,1 milhões de sacas de 60kg na safra 2021-2022 e quebrar recorde histórico. Obtido em: https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/65533440/producao-mundial-de-cafe-robusta-deve-atingir-771-milhoes-de-sacas-de-60kg-na-safra-2021-2022-e-quebrar-recorde-historico. Acessado em: 13 de janeiro de 2022.Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada [CEPEA] (2021). Mercado de Trabalho. Obtido em: https://www.cepea.esalq.usp.br/br/mercado-de-trabalho-do-agronegocio.aspx . Acessado em: