Resumo

As Mídias Sociais (MS) são utilizadas há mais de 15 anos, mudando a forma como os usuários se relacionam. Por meio das MS, os indivíduos criam conexões, visualizam e compartilham informações e constroem a sua rede de contatos. Entretanto, recentemente a disseminação de desinformação, chamada de Fake News (FN), ganhou grandes proporções, tendo impacto significativo na sociedade, seja na área política, da saúde e da economia.

Devido aos efeitos negativos das FN, diversas pesquisas sobre disseminação de FN nas MS foram realizadas, contemplando diversas áreas do conhecimento, apresentando um corpo de conhecimento significativo. Desse modo, o objetivo desse estudo é identificar as pesquisas sobre a disseminação de FN nas MS relacionadas as áreas de Administração e Sistemas de Informação (SI).

As MS são tecnologias ubíquas que possibilitam a colaboração e comunicação entre os indivíduos, exploradas para diversas atividades de diversas áreas como gestão, ciência e saúde. Uma das definições mais utilizadas considera as FN sendo “artigos de notícias intencional e comprovadamente falsos e que podem enganar os eleitores” (Allcott & Gentzkow, 2017, p.213).

O objetivo do estudo foi analisar as pesquisas relacionadas à disseminação de FN nas MS. Com isso, buscou-se identificar as diferentes definições de FN empregadas na literatura, os métodos utilizados para compreensão do fenômeno, as teorias e conceitos que deram suporte às pesquisas, e as propostas de pesquisas, de forma a se elaborar uma agenda de pesquisa. Para atingir o proposto, realizou-se uma revisão sistemática de literatura na base de dados WoS, onde foram selecionados 20 artigos para análise.

Ao evidenciar as diferentes conceitualizações das FN, foi possível identificar as semelhanças e diferenças entre os diferentes usos, assim como o surgimento de novos conceitos mais específicos que possuem grande relação. Desse modo é possível caracterizar melhor o fenômeno da FN por meio do contexto, seja relacionado a política, economia, saúde ou até mesmo assuntos do cotidiano. Ademais, foi percebido o grande emprego de métodos quantitativos e experimentos (em grande parte também quantitativos) e poucos estudos não empíricos e nenhum estudo qualitativo.

Allcott, H., & Gentzkow, M. (2017). Social media and fake news in the 2016 election. Journal of Economic Perspectives, 31(2), 211-236. Di Domenico, G., Sit, J., Ishizaka, A., & Nunan, D. (2021). Fake news, social media and marketing: A systematic review. Journal of Business Research, 124, 329-341.