Resumo

Atualmente, diante do grande poder das grandes corporações internacionais na produção, na agroindústria e na comercialização de alimentos, as Cadeias Globais de Valor (CGVs) é quem vem determinando cada vez mais um movimento definido pela burocracia e diretrizes no ambiente interno e externo das firmas, tais como: produção, conceitos de boas práticas de higiene, distribuição, vendas e entre outros processos que separam a produção das commodities até o consumidor final, assim, o enfoque das CGVs passa a informar a discussão de estratégias de inserção internacional e de desenvolvimento.

Têm-se por problema de pesquisa procurar entender se a inserção e a dinâmica das exportações, em especial a da Cadeia Global de Valores (CGV) do melão do Rio Grande do Norte, possui vantagem comparativa revelada da produção de melão. Logo, o objetivo é analisar a dinâmica das exportações da CGV do melão, considerando os destinos e o alcance de espaços de destaque durante processos de produção e comercialização das commodities mundiais.

De acordo com Oliveira (2015), as Cadeias Globais de Valor (CGVs) trazem consigo e são resultantes de um intenso processo de globalização da economia. Com as grandes transformações dos negócios no último século, também se muda o conceito e a dinâmica de padrões de desenvolvimento de todos os objetos e mercadorias comercializados. Para Dani (2018), a internacionalização da produção é um dos alvos das CGVs que através de suas dinâmicas aplicam novos valores de comercialização entre diferentes países e firmas.

Como metodologia foram utilizadas análises a partir dos dados disponibilizados pela COMEX, Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SEDEC/RN), entre outras fontes. E foi aplicados os modelos do índice de vantagem comparativa revelada (IVCR) e o índice de concentração por produtos (ICP) para mostrar a importância e a centralização da produção do melão no Rio Grande do Norte.

Considerando a pauta de exportações do Rio Grande do Norte, a pesquisa identificou onze principais produtos exportados entre anos de 2012 a 2021, os quais apresentam os maiores valores em transações internacionais em dólares, segundo os dados da COMEX, no portal A Estatística de Comércio do Brasil. Os dados foram filtrados pela Nomenclatura Comum do MERCOSUL (NCM). Notadamente, o melão é produto que se destaca amplamente entre os demais, inclusive entre todos da fruticultura irrigada, ganhando, com isso, a dianteira de toda pauta de exportações do Rio Grande do Norte.

Diante de tantos processos, constatou-se um alinhamento do padrão técnico adotado pela Cadeia Global de Valor (CGV) do melão com o regime alimentar global predominante, assim como importantes transformações nas estruturas produtivas do Rio Grande do Norte, especialmente por meio do movimento intrafirmas. Concluindo, são decisivas as ações dos atores e parceiros comerciais, principalmente a dinâmica do Comitê Executivo de Fruticultura do Rio Grande do Norte, assim como as vantagens que o estado leva na produção do melão.

ANDRADE, Alexandre Alves de. Internacionalização e agricultura: a fruticultura tropical no Rio Grande do Norte no contexto da mundialização / Alexandre Alves de Andrade. - Natal, 2018. BATALHA, Mário Otávio, (2013). Gestão Agroindustrial (GEPAI): Grupo de estudos e pesquisas agroindustriais / coordenador Mário Otávio Batalha. – 3. ed. – 8. reimpr. – São Paulo: Atlas, 2014. NUNES, E. M. & SCHNEIDER, S. Reestruturação Agrícola, Instituições e Desenvolvimento Rural no Nordeste: a diversificação da agricultura familiar do Polo Açu-Mossoró (RN). Revista Econômica do Nordeste, v. 44, p. 601-626, 201