Diversidade e Inclusão no Topo das Organizações: os obstáculos de gênero e estratégias de superação das mulheres executivas que alcançaram o alto escalão
1 - Alexandra de Oliveira Monteiro Fundacao Dom Cabral - Nova Lima
2 - Paulo Renato de Sousa Fundacao Dom Cabral - Campus Aloysio Faria - Alphaville Lagoa dos Ingleses
3 - Antonio Carvalho Neto PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS (PUC MINAS) - PPGA
Reumo
Este estudo parte da observação da presença das mulheres executivas no topo das organizações, pesquisas que se fundam nos encontros epistemológicos dos conceitos sobre as influências enfrentadas pelas executivas para sua ascensão profissional, observam os entraves de gênero colocando as executivas em constante desvantagem competitiva em relação aos homens. Essa tendência continua mesmo dada a preponderância de pesquisas e evidências sugerindo que as organizações associam diversidade e inclusão ao aumento da competitividade e inovação.
Para avançar em direção ao topo da hierarquia organizacional, diversos estudos mostram que a mulher teve de se adaptar a organizações que foram criadas para homens e por homens, (Almeida & Mota-Santos, 2018; Lerner, 2019). Apesar do aumento do discurso da igualdade entre homens e mulheres, as mudanças são pequenas quando se considera a divisão hierárquica do trabalho nas empresas, ainda há poucas mulheres no topo da hierarquia. Assim, busca-se iidentificar o fenômeno da ascensão profissional a partir da perspectiva das executivas.
Movimento Feminista mais amplo, este que já havia adquirido seu status no conjunto das teorias que têm em vista a emancipação da mulher (Stolz, Marques, C.P, & M Marques, C.A., 2013; Silva, 2019, 2020).
Influências enfrentadas pelas executivas para ascensão de sua carreira profissional: influências pessoais, relacionais, sociais e organizacionais e os obstáculos de gênero e barreiras invisíveis que as mulheres enfrentam ao longo de sua trajetória profissional (O’Neil, 2003; O’Neil, Hopkins & Bilimoria, 2008; Ferreira, 2019; Silva, 2019).
Como procedimento metodológico, foi utilizada um estudo de caso múltiplos com evidências de uma pesquisa qualitativa, com a aplicação de entrevistas semiestruturadas. Com relação à amostragem, foi investigado o universo de vinte e três executivas que atuavam em cargos de comando em suas organizações, tais como conselheiras, presidentes, vice-presidentes, diretoras e superintendentes. Assim, pode-se considerar que a presente pesquisa demonstra que a vida profissional da mulher é complexa, pois a executiva sofre influências de várias frentes.
Preocupação com a manutenção dos relacionamentos pessoais e profissionais.
Os relacionamentos são muito importantes na tomada de decisões na vida profissional das mulheres executivas.
Para as executivas, a posição que elas ocupam nas organizações é consequência de seu trabalho e fruto de sua dedicação. Consideram-se vencedoras. P. Por conseguirem alcançar o topo da hierarquia tão limitado a seu gênero, as mulheres entrevistadas acreditam que seu sucesso é derivado de seus desempenhos individuais e da forma como encaram e aceitam os desafios.
As mulheres que desejam atingir cargos no topo das organizações precisam aprender a detectar e superar as barreiras de gênero que freiam suas carreiras, elas precisam lidar com dificuldades, devido ao preconceito implícito e às barreiras invisíveis que homens não experimentam no ambiente de trabalho, além de todas as barreiras e dificuldades para conquistarem posições no topo das organizações, elas enfrentam barreiras de aceitação social e relacional, considerando que a maioria das posições do alto escalão são compostas por homens.
Willians, C.M. (2002). A study of women in Corporations: Engaging a positive leadership role. Fielding Graduate Institute.
Woolf, V. (2013). Profissões para mulheres e outros artigos feministas. Tradução de Denise Bottmann. Porto Alegre.RS. Coleção L± Pocket. 1032.
Work-life Policy (2017). A percepção de homens e mulheres acerca do que potencializa sua carreira. Recuperado a partir de: https://coqual.org/