Resumo

Título do Artigo

DESCORTINANDO AS VULNERABILIDADES: reflexões sobre injustiças sociais em tempos de pandemia para jovens mulheres
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Palavras Chave

justiça social
pandemia
jovens mulheres

Área

Gestão de Pessoas

Tema

As faces da Diversidade

Autores

Nome
1 - Thais Cristina Mazoni Alves
ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO (FGV-EAESP) - São Paulo
2 - Luanda Camila dos Santos Barné Ganeo
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz
3 - Heliani Berlato
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - Esalq

Reumo

O cenário pré-pandemia já era marcado por injustiças sociais originadas pelos principais modos de dominação da sociedade e, com a chegada da pandemia, elas se tornaram evidentes. As mulheres fazem parte do grupo cujas desigualdades foram potencializadas neste período, entrando na quarentena já em desvantagem em relação aos homens tendo em vista as injustiças estruturais que já enfrentavam. Nesse cenário, as jovens, além de terem que enfrentar injustiças, também têm de se preocupar com o futuro profissional, tendo em vista que já faziam parte dos grupos mais afetados pelo mercado de trabalho.
Baseando-se na concepção de justiça social proposta por Fraser (2009), este trabalho busca discutir sobre como as injustiças sociais que atingem as mulheres foram potencializadas durante a pandemia e como isso pode influenciar as perspectivas de futuro profissional das jovens.
Há diferentes tipos de injustiça social no mundo, cabendo reconhecer que não podem ser remediadas com as mesmas soluções. Nesse sentido, Fraser (2009) argumenta sobre três dimensões que abarcam a presença de injustiças: econômico, cultural e político. Embora possuam relações entre si, cada dimensão tem certa independência, sendo importantes considerá-las quando se fala das mulheres, já que as injustiças presentes nas discussões de gênero não podem ser combatidas em apenas uma dimensão, mas sim nas três para que elas possam atuar como pares na sociedade (FRASER, 2007).
A pandemia amplificou as injustiças sofridas por mulheres em diferentes áreas da vida, como segurança, educação e trabalho. Exemplos disso são o aumento dos casos de violência doméstica, o que está relacionado aos padrões valorativos institucionalizados; e mais tempo dedicado aos afazeres domésticos, originado na divisão sexual de trabalho. Considerando as perspectivas das jovens, ainda que suas preocupações sejam centradas especialmente nas injustiças econômicas, é de fundamental importância considerar as injustiças de outras dimensões para que possam alcançar a paridade participativa.
Com a covid-19 houve a ampliação de injustiças sofridas por mulheres, mas essas injustiças não tiveram origem na pandemia, por isso as ações para combatê-las não podem ser apenas pontuais para este período. Outro aspecto de atenção é que a interseccionalidade deve ser considerada, já que, mesmo entre as mulheres, há desigualdades em função de questões como classe e raça. Então, além de se trabalhar no combate às injustiças culturais e econômicas, é preciso que na esfera política, palco onde ocorre o debate sobre quais reivindicações importam, haja uma representação de vozes diversas.
DE SOUSA SANTOS, B. A cruel pedagogia do vírus. Boitempo Editorial, 2020. FRASER, N. Feminist politics in the age of recognition: A two-dimensional approach to gender justice. Studies in Social Justice, v. 1, n. 1, p. 23-35, 2007. FRASER, N. Reenquadrando a justiça em um mundo globalizado. Lua Nova: Revista de Cultura e Política [online]. n. 77, pp. 11-39, 2009.