Resumo

Título do Artigo

CICLO DE VIDA E DESEMPENHO DE EMPRESAS LISTADAS NA B3 EM TEMPOS DE PANDEMIA: lidando com as limitações da proxy
Abrir Arquivo
Ver apresentação do trabalho
Assistir a sessão completa

Palavras Chave

Ciclo de vida de empresas
Análise de desempenho
Pandemia

Área

Artigos Aplicados

Tema

Gestão Financeira e Contábil

Autores

Nome
1 - SENICHIRO KOSHIO
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS (UNICAMP) - Faculdade de Ciências Aplicadas

Reumo

Este artigo analisa os desempenhos de empresas não financeiras de capital aberto no Brasil, envolvendo os impactos da pandemia do novo coronavírus. A pandemia afetou as atividades e os desempenhos de empresas em diferentes formas. Estas diferenças podem ter sido em função do estágio do ciclo de vida de empresas. Ao analisar os desempenhos das empresas à luz dos padrões teóricos do ciclo de vida, obtemos um entendimento mais claro da causa e efeito de fatores relevantes. O problema é que as análises nesta abordagem dependem de alguma proxy do ciclo de vida, que têm limitações para modelá-lo.
A pandemia do novo coronavírus mudou o ambiente de negócios. As mudanças nos desempenhos das empresas também têm sido notáveis. Entretanto, têm sido reportados diferentes impactos da pandemia sobre as empresas, variando em função das suas características. Para analisar estas diferenças nos impactos da pandemia, uma abordagem indicada é a aplicação da Teoria do Ciclo de Vida. Entretanto, as análises se esbarram nos critérios de classificação das empresas nos estágios do ciclo de vida, captando as suas características só parcialmente.
Existem duas óticas principais no ciclo de vida: organizacional e financeira, sem uma conciliação, de tal forma que a proxy contábil-financeira não reflete os fatores organizacionais. Paralelamente, mesmo abordando somente na ótica financeira, a melhor proxy (a mais utilizada) tem o seu embasamento nos padrões de fluxos de caixa e, como consequência, capta apenas parcialmente os estágios do ciclo de vida. Assim, não existe atualmente uma proxy que identifique os estágios do ciclo de vida de empresas adequadamente. É necessária alguma solução para contornar este problema.
A intervenção proposta é adotar uma forma de compreensão coerente da proxy baseada nos fluxos de caixa. Se a proxy não identifica exatamente os estágios do ciclo de vida das empresas, os resultados obtidos precisam ser interpretados de acordo com o que ela está identificando entre esses diferentes grupos de empresas, considerando os fundamentos dos padrões dos fluxos de caixa. Com isso, as análises de causa e efeito dos estágios do ciclo de vida terão sentidos coerentes. Análises mais consistentes podem ser realizadas através da análise integrada com informações não numéricas de empresas.
Os resultados mostram que houve mudanças nos estágios financeiros caracterizados pela proxy, com possíveis reflexos da pandemia e que os padrões de comportamento no ciclo de vida se alteraram com a pandemia. Pode também ser feita a análise de causa e efeito dos fatores relevantes em diferentes estágios do ciclo de vida, tais como o efeito do Capex sobre o MtB e o efeito do caixa sobre o pagamento de dividendos. Paralelamente, fica evidente o problema de não identificar os estágios efetivos no ciclo de vida, o que pode ser contornado através da análise integrada com informações não numéricas.
A Teoria do Ciclo de Vida de empresas permite analisar causa e efeito de fatores relevantes em diferentes estágios no ciclo de vida. Porém, os resultados mais aprimorados da análise são obtidos na análise integrada, considerando informações não numéricas relevantes, além das informações numéricas. Assim, as ferramentas desta teoria têm sua verdadeira utilidade, quando ela é considerada como uma parte desse conjunto de informações. Este estudo chama atenção para usar esta teoria para esta finalidade, evitando o seu uso descuidado.