Políticas, Modelos e Práticas de gestão: do tradicional às competências
Autores
Nome
1 - Fabiana Pinto de Almeida Bizarria FACULDADE LUCIANO FEIJÃO (FLF) - Curso de Administração
2 - Flávia Lorenne Sampaio Barbosa UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ (UFPI) - campus Floriano
3 - Thais de Sousa Costa UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ (UFPI) - Campus Almica Ferreira Sobral
Reumo
Ao passo que mudanças intensas tornam interpretações sobre a realidade organizacional mais complexa (Ikävalko, Hökkä, Paloniemi & Vähäsantanen, 2020), reconhecer o caráter social e emocional das interações no campo das competências pode favorecer o curso das transformações (Kim et al., 2009; Rill, 2016). Dessa leitura se deriva o aporte sociocultural sobre o fenômeno competência, bem como possibilidades de seu desenvolvimento com amparo em leituras mais historicizadas (Hökkä et al., 2019; Smith, 2017), o que situa argumento adicional para um meta-estudo.
Desde a visão formativa em processos educacionais, as análises sobre trabalho, organizações e gestão, argumenta-se que a concepção competência precisa ser revisitada desde a amplitude de sentidos atribuídos, até a convergência de novos marcos valorativos, contextuais, políticos e sociais, que demandam outras lentes para fenômenos em curso. Dessa forma, a pesquisa, em formato de meta-estudo, em modalidade de meta-síntese, segue o objetivo de reunir um quadro revisional do tema competências em 386 estudos publicados e indexados na Web of Science.
Como discute Tsang e Prost (2021), a pandemia expõe limites da solidariedade e situa novos balizamentos valorativos de responsabilidade sobre os quais se pode (deve) caminhar (Sánchez-Báez, Fernández-Serrano & Romero, 2018; Cˇrešnar & Nedelko, 2020). Nesse sentido, são, também, essenciais contribuições que superem a dimensão técnico-econômicas, em atenção às dimensões sociais, políticas e culturais (Igielski, 2020), o que se pode empreender ao refinar o olhar sobre uma concepção com suporte em meta-estudo (Point, Fendt & Jonsen, 2017),
No campo das contribuições teórico-empíricas, a síntese reúne temas em ascensão sobre práticas e processos de trabalho que demandam novas abordagens compreensivas e formativas para o campo das competências. Nesse curso, são debatidas a incompatibilidades das competências concebidas para sustentar desafios do século XXI, o que tem suscitado atenção ao fator empregabilidade face demandas do mercado de trabalho. Se apresentam ainda como contribuições, abordagens mais complexas em análises sobre competências, que acionam a relevância das novas modalidades de aprendizado.
Ao passo que meta-sínteses podem configurar cenários, converge observar a emergência de valores outros em oposição à premissa de mercado, apoiadas em concepções de reciprocidade, integridade, confiança, cooperação. Nesse ínterim, ser competente individualmente não demonstra mais ser eficaz, ao passo que são nas relações que esta competência se manifesta, ou melhor, é na configuração coletiva que a competência ganha sentido de representação para um dado contexto social, cultural e histórico. Em defesa, portanto, convém reconhecer que uma ampliação necessária à evolução teórica sobre competência
Ikavalko, H., Hokka, P. Susanna, P. & Katja, V. (2020). Susanna Paloniemi and Katja V€ah€asantanen. Emotional competence at work. Journal of Organizational Change Management, 33 (7), 1485-1498.
Kim, T., Cable, D. M., Kim, S. & Wang, J. (2009), Emotional competence and work performance: the mediating effect of proactivity and the moderating effect of job autonomy, Journal of Organizational Behavior: The International Journal of Industrial, Occupational and Organizational Psychology and Behavior, 30(7), 983-1000.