Resumo

Título do Artigo

EXPERIMENTAÇÃO NÃO PLANEJADA E MUDANÇA DE HÁBITOS DE COMPRA DURANTE A COVID-19 NO BRASIL: um estudo por meio de Análise de Classe Latente
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Palavras Chave

COVID-19
Mudança nos Hábitos de Comprar
Análise de Classe Latente – ACL

Área

Marketing

Tema

Influência do COVID no Marketing

Autores

Nome
1 - Sérgio Luiz do Amaral Moretti
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - PPGA- FAGEN
2 - MARCELO LUIZ DIAS DA SILVA GABRIEL
UNIVERSIDADE IBIRAPUERA (UNIB) - Programa de Mestrado Profissional em Administração
3 - Rejane Alexandrina Domingues Pereira do Prado
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - Faculdade de Administração, Ciências Contábeis, Engenharia de Produção e Serviço Social - FACES
4 - André Francisco Alcântara Fagundes
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - Programa de Pós-Graduação em Administração (PPGA) da Faculdade de Gestão e Negócios (FAGEN)

Reumo

Os estudos sobre o impacto no comportamento do consumidor em epidemias são muito escassos, com exceção dos trabalhos de pesquisadores asiáticos, principalmente. No caso da SARS. O foco predominante são os custos econômicos nos orçamentos da saúde, principalmente. Até o momento são poucos os estudos acadêmicos sobre os hábitos de compra nesta realidade pandêmica da COVID-19. Entretanto, estudos anteriores têm demostrado que os indivíduos percebem e respondem aos riscos das mais variadas formas possíveis. Esse fato é influenciado por diversos fatores, tais como nacionalidade, cultura e sociais.
Objetiva-se responder a três questões nesse estudo: i) existem grupos na população brasileira com diferentes atitudes em relação a COVID-19? ii) Estes grupos apresentam variação em suas características sociodemográficas? iii) Estes grupos, baseados em atitudes quanto a COVID-19, apresentam hábitos de compra distintos nesses tempos de pandemia? Para responder a essas questões um instrumento de pesquisa foi desenvolvido a partir dos estudos de Chauhan e Shah (2020) para os aspectos comportamentais e de Cho e Lee (2015) para as atitudes em relação à COVID-19.
As pessoas, normalmente, mudam seus comportamentos afetadas por mudanças de todas as ordens e esse é um aspecto essencial do fenômeno. Durante períodos de risco de saúde, como em epidemias e pandemias, essa tendência se agrava. Os indivíduos tendem a evitar os contatos com possíveis infectados e esses também evitam a exposição pública. Durante a pandemia de COVID-19 o fato novo é o isolamento social e, em alguns casos, o lockdown (paralização mais rígida com controle dos fluxos de deslocamentos) (SHETH, 2020). Tal restrição é um impeditivo que não ocorrera na maioria das epidemias anteriores.
Para a coleta dos dados utilizou-se uma plataforma eletrônica entre os dias 21 de junho a 02 de julho de 2020. Na análise dos dados foram utilizados os pacotes estatísticos: SPSS base 26, Stata base 13 e Q Professional (trial version). Visando identificar a existência de grupos na população brasileira diferentes quanto às atitudes em relação a COVID-19, os dados relativos às atitudes dos respondentes foram submetidos à Análise de Classes Latentes pela qual os respondentes são atribuídos a uma determinada classe latente (não observada) em função da probabilidade condicional de suas respostas.
A melhor solução para a ACL foi com 3 classes divididas em função da distribuição das respostas de cada grupo às variáveis atitudinais e a predisposição à mudança em função da pandemia: (i) Preocupados, 50,12%; (ii); Céticos 36,66; (iii) Indiferentes, 13,22%. O tamanho do efeito (f2) da mudança de marca pela indisponibilidade é maior junto à classe “Preocupados” (0,410), e bem menor na dos “Indiferentes” (0,283). O efeito da indisponibilidade de marcas e/ou de produtos não foi capaz de predizer o comportamento ‘“passei a planejar mais minhas compras”’ na Regressão Linear Múltipla.
Quanto aos hábitos de compra os resultados mostraram que as três classes mudaram seus hábitos em relação às novas experiências em lojas online. A soma dos itens “reduziu muito” e “reduziu” as compras em lojas físicas são da seguinte monta: “Céticos” 76,9%, “Preocupados” 84,1% e, “Indiferentes”, 81,1%. Não se trata de uma situação que deve ser vista, apenas como um efeito colateral, mas sim como uma oportunidade real, gerada por uma mudança de contexto. A experimentação é um objetivo de marketing, pois consegue que os consumidores improvisem e testem novos hábitos (SHETH, 2020).
CHAUHAN, V.; SHAH, H. An Empirical Analysis into Sentiments, Media Consumption Habits, and Consumer Behaviour during the COVID-19. Purakala. v.31, n. 20, 2020. CHO, H.; LEE, J. S. The infuence of self‐efficacy, subjective norms, and risk perception on behavioral intentions related to the H1N1: A comparison between Korea and the US. Asian Journal of Social Psychology, v. 18, n. 4, p. 1-32, 2015. HAIR, J. F.; GABRIEL, M. L. D. S.; SILVA, D.; BRAGA JR., S. S. B. Development and validation of attitudes measurement scales: fundamental and practical aspects. RAUSP v. 54, n. 4, p. 490-507, 2019.