Resumo

Título do Artigo

Inovação e Responsabilidade Social Corporativa: impacto no desempenho dos bancos brasileiros
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Palavras Chave

Inovação
Responsabilidade Social Corporativa
Bancos

Área

Gestão Socioambiental

Tema

Responsabilidade Social Corporativa (RSC)

Autores

Nome
1 - Maria Layane Silva Gomes
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - Programa de Pós-Graduação em Administração e Controladoria
2 - Gerliane Maia Costa
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - Programa de Pós-Graduação em Administração e Controladoria
3 - Jislene Trindade Medeiros
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - FEAC - Programa de Pós-graduação em Administração e Controladoria
4 - MÁRCIA MARTINS MENDES DE LUCA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade

Reumo

A inovação e a Responsabilidade Social Corporativa (RSC) são apontadas como duas estratégias competitivas que possibilitam o melhor uso dos recursos e capacidades, demonstrando preocupação quanto à questão socioambiental. A literatura aponta para uma correlação diretamente proporcional entre inovação, RSC e competitividade. Além disso, a inovação é apontada como capaz de afetar a relação entre RSC e desempenho da firma. Dessa forma, sob o arcabouço teórico da Visão Baseada Recursos (VBR), investiga-se a capacidade dessas estratégias de criar vantagem competitiva para os bancos.
Com o intuito de ampliar os estudos sobre o efeito conjunto da inovação e da RSC como estratégias competitivas com potencial para impactar o desempenho das empresas, este estudo está voltado para a análise do setor bancário brasileiro. Diante desse contexto, tem-se a seguinte questão de pesquisa: Quais os principais impactos da inovação e da RSC no desempenho dos bancos brasileiros? Nessa perspectiva, o estudo tem por objetivo analisar os impactos da inovação e da RSC no desempenho dos bancos brasileiros.
Gallardo-Vázquez e Sánches-Hernández (2013) afirmam que a inovação aumenta quando a empresa é social e ambientalmente responsável, tornando-a mais competitiva. Ademais, a inovação é um fator que pode afetar a relação entre RSC e desempenho (SURROCA; TRIBÒ; WADDOCK, 2010). Considerando-se que a adoção das inovações no setor bancário está alinhada às ações estratégias de RSC (BARAKT; BOAVENTURA; POLO, 2017), sob os preceitos da VBR, espera-se que essas estratégias competitivas afetem o desempenho dos bancos, em termos tanto de desempenho econômico quanto de valor de mercado.
A amostra do estudo reúne 20 empresas do setor bancário listadas na B3, com dados econômico-financeiros disponíveis na plataforma da Compustat Global, referentes ao período 2010-2019. Além disso, utilizaram-se os websites do ISE e da Espacenet para a coleta de informações relacionadas às variáveis independentes, RSC e inovação, respectivamente. Como variável dependente foi utilizado o desempenho empresarial, nas dimensões econômica e valor de mercado. Para testar as hipóteses, utilizou-se a regressão linear múltipla com dados em painel e efeitos fixos para ano.
Os resultados apontam para uma baixa participação dos bancos no ISE, assim como um baixo registro de patentes durante o período analisado. Contudo, o teste de diferenças entre médias e medianas apontou que os bancos participantes do ISE que registraram patentes obtiveram desempenho superior. A partir da análise da regressão, observa-se que a RSC apresentou poder explicativo para ambos os tipos de desempenho, o que corrobora estudos anteriores e os preceitos da VBR. Já a inovação não apresentou significância estatística para nenhuma das proxies de desempenho, divergindo dos estudos anteriores.
O estudo revelou que o valor de mercado dos bancos é disperso, o que pode estar associado à heterogeneidade da participação no mercado. Identificou-se que apesar dos altos investimentos em novas tecnologias, os bancos registram um pequeno número de patentes, o que pode acontecer devido à burocracia, demora e altos custos para seu registro. A regressão revelou ainda que os bancos com maior engajamento em RSC apresentam melhor desempenho, o que corrobora a VBR. Já a inovação não apresentou impacto no desempenho, contrariando os pressupostos da VBR.
BARAKAT, S. R.; BOAVENTURA, J. M. G.; POLO, E. F. Alinhamento estratégico da responsabilidade social corporativa: um estudo de caso no setor bancário brasileiro. Revista Eletrônica de Administração, v. 86, n. 1, p. 206-233, 2017. GALLARDO-VÁZQUEZ, D.; SÁNCHEZ-HERNÁNDEZ, M. I. Análisis de la incidencia de la responsabilidad social empresarial en el éxito competitivo de las microempresas y el papel de la innovación. Universia Business Review, n. 38, p. 14-31, 2013.