Resumo

Título do Artigo

Impacto do Risco Político no desempenho das ações de empresas listadas na B3
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Palavras Chave

Risco político
Desempenho de mercado
Fatores macroeconômicos

Área

Finanças

Tema

Governança, Risco e Compliance

Autores

Nome
1 - Pedro Henrique Rocha Pinheiro
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS (UFG) - Face
2 - Daiana Paula Pimenta
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS (UFG) - FACE
3 - Jaluza Maria Lima Silva Borsatto
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - Faculdade de Gestão e Negócios - FAGEN
4 - Alethéia Ferreira da Cruz
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS (UFG) - Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Ciências Econômicas.

Reumo

O dinamismo do mercado exige que os atores econômicos sejam capazes de acompanhar as constantes alterações no ambiente político e as mudanças no mercado financeiro, além de determinar que tomem decisões rápidas e assertivas acerca da alocação de capital, sejam em investimentos que englobam operações complexas, como fusões e aquisições, ou em operações no mercado de ações (Bekaert et al. 1995). Segundo Howell (2014), uma das variáveis não financeiras que influenciam as decisões das firmas e dos agentes econômicos é o risco originário do ambiente político, o qual gera uma situação de incerteza.
Considerando o atual cenário de pandemia e crise política no mercado brasileiro devido aos escândalos de corrupção desde 2012, explorar a sensibilidade do mercado às incertezas políticas, pode gerar contribuições para a literatura e para os stakeholders das empresas de capital aberto. Nesse sentido, o presente estudo busca responder a seguinte questão: Como o risco político pode impactar o desempenho das ações de empresas negociadas na B3? Para responder essa questão, a pesquisa tem como objetivo investigar como o risco político pode impactar o desempenho das ações de empresas negociadas na B3
As primeiras ideias sobre risco político surgiram na década de 1960 com os estudos sobre risco país. Nos anos em questão, o cenário político estava entrelaçado pelas preocupações com a Guerra Fria e a conquista da soberania política e econômica das colônias, marcando o início das descolonizações (1960-1966) que poderiam afetar o cenário econômico mundial (Sottilotta, 2013). Para Suleman e Randal (2016) o risco surge da incerteza sobre perdas em investimentos causadas por ações nascidas da prática e do poder político.
Utilizou-se uma análise econométrica a partir de dados históricos sobre os retornos das ações e fatores macroeconômicos para verificação e validação da hipótese deste trabalho de 65 empresas listadas no Índice Ibovespa em 31 de dezembro de 2018, totalizando 585 observações para 9 anos, estabelecidos a partir de um recorte temporal entre janeiro 2010 a dezembro de 2018. As principais fontes de coleta de dados foram a Economatica®, IBGE, Banco Central do Brasil e o ICRG (International Country Risk Guide) que fornecem dados uniformes e confiáveis a nível país.
Os resultados indicam que risco político não é precificado no retorno médio das ações e as estimativas são sensíveis às mudanças no período. Verificou-se também que o impacto no rendimento de dividendos é significante com baixo poder explicativo e o índice preço/lucro não pode ser explicado por nenhuma das métricas utilizadas para mensurar o risco político nacional. Dentre as variáveis macroeconômicas analisadas, a taxa de juros e a taxa de inflação possuem uma influência significativa no rendimento de dividendos e nos retornos médios das ações.
Os resultados das regressões demostraram que o risco político é um fator significativo na explicação das variações dos rendimentos de dividendos do mercado acionário brasileiro, sendo as conclusões fortalecidas por meio da verificação da robustez. Descobriu-se também que os resultados foram sensíveis às mudanças na dimensão do período, uma vez que durante a crise política vivenciada em 2015 e 2016 a relação entre risco e retorno médio anual se inverteu, tornando-se significativa a 1%.
Bekaert, Geert et al. (2014). Political risk spreads. Journal of International Business Studies, 45(4), p. 471-493. Howell, Llewellyn D. (2014). Evaluating political risk forecasting models: What works?. Thunderbird International Business Review, 56(4), 305-316. Suleman, Muhammad Tahir; Randal, John. (2019). Dynamics of Political Risk Rating and Stock Market Volatility. Disponível em: https://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id =2315645 >. Acessos em 02 de junho de 2019.